A pandemia tem impactos até hoje na sociedade (Wendell Teodoro/Getty Images)
Bússola
Publicado em 16 de janeiro de 2023 às 18h00.
Todo início de ano é uma época em que revemos tudo o que fizemos nos 12 meses que passaram, o que ficou perdido pelo caminho e os ajustes que ainda necessários para os próximos meses. Já perceberam o quanto nos cobramos e criamos expectativas que nos desconcentram e tiram o nosso foco?
E não é para menos. Há quase três anos entramos em uma pandemia que gerou impactos significativos na vida de toda a sociedade. Mudamos a maneira de conviver, interagir, se comunicar, consumir e trabalhar.
Diante das transformações drásticas desse período, tivemos que lidar com despedidas, distância, medo e ansiedade. Os debates sobre home office, híbrido ou presencial ainda causam insegurança e falar sobre saúde mental, inclusive, no ambiente corporativo, nunca esteve tão em voga.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já reconheceu o fenômeno generalizado de cansaço decorrente da pandemia e apelidou o sintoma de “fadiga pandêmica”. Uma pesquisa da instituição constatou que ela afeta 60% da população e é consequência do esgotamento gerado pela hipervigilância, pelo medo de um vírus que ninguém vê e de todas as mudanças de rotina necessárias. Some a isso uma crise econômica, política, a discussão sobre o futuro do país e a escolha dos novos líderes que desgastaram diversas relações seja no ambiente físico ou no digital. Sim, tudo isso esgota mentalmente e fisicamente.
E perguntamos: o que estamos fazendo para ter um 2023 descansados?
Há uma saída
A boa notícia é que para todo cansaço há um descanso, mas para isso é preciso aceitar algumas mudanças. Se a sua lista de promessas para esse ano já está extensa, então é melhor rever cada ponto dela. Provavelmente, existem várias questões, planos e projetos que já não cabem mais.
A nossa sugestão é que em vez de acumular mais promessas e mais carga, comece a tirar algumas coisas para que tudo fique mais leve.
É preciso se desconectar de velhos hábitos para que a gente siga uma vida melhor.
Pare de se punir
Muitas vezes, ficamos presos a sentimentos que vão nos matando lentamente. A culpa, por exemplo, faz com que a gente fique muito tempo paralisado diante de diversas situações.
Ficamos nos punindo de algo que não conseguimos realizar e acabamos não enxergando as oportunidades que aparecem bem debaixo do nosso nariz. Tudo isso gera uma autoexigência, que nos leva a mais cansaço, estresse, medo e ansiedade.
É preciso se libertar, ser menos exigente e muito mais leve!
Não se compare tanto com os outros
Outra coisa que vem preocupando a nossa sociedade é o quanto nos comparamos. Estamos sempre "olhando a grama do vizinho para saber se está mais verde". Queremos saber se alguém está mais feliz, mais rico, mais satisfeito profissionalmente que a gente.
Embora fazer comparações seja algo nato do ser humano, quando isso vira um hábito, é preciso acender o sinal de alerta. Afinal, estar em permanente estado de comparação com o outro é um comportamento extremamente tóxico.
Ao se comparar com outras pessoas, seja em suas características físicas, financeiras, intelectuais, entre outras, é bem possível que impedimos que nossas potencialidades sejam ativadas para a realização dos nossos próprios desejos.
Dessa maneira, a frustração e a infelicidade acabam fazendo parte do dia a dia, dando espaço para crises de ansiedade e depressão.
Ninguém precisa viver dessa maneira. Reconheça que você é bom e supere o que precisa melhorar!
Aprenda a desistir
Já ouviu aquela expressão que diz que ficamos "dando murro em ponta de faca"? Pois é, muitas vezes, temos o péssimo hábito em insistir em coisas que não nos cabem mais.
Não dá para continuar gastando tempo e energia em algo que já não está trazendo resultado positivo. É preciso desistir, jogar a toalha, deixar ir por mais difícil que seja.
Pode até ser que desistir traga um sentimento de fracasso, mas isso também abre lugar para o novo e para outras oportunidades.
Este é o nosso convite para esse ano que se inicia. Que em 2023 você seja capaz de esvaziar o que te pesa, silenciar o que te desgasta e deixar para trás velhos hábitos para se abrir para o que realmente importa.
*Alessandra Canuto é especialista em temas comportamentais e gestão da cultura, e Valéria Oliveira é especialista em desenvolvimento de líderes e gestão da cultura
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