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André Jácomo: a desinformação e a pandemia das redes sociais

Pessoas que se informam sobre a pandemia, principalmente, pelas redes sociais são menos cuidadosos e acreditam mais em fake news, aponta estudo

Além de cuidar dos doentes, é importante também cuidar dos desinformados. (VladSt/Getty Images)

Além de cuidar dos doentes, é importante também cuidar dos desinformados. (VladSt/Getty Images)

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Publicado em 26 de agosto de 2021 às 20h24.

Por André Jácomo*

Em meio à discussão sobre como as redes sociais desempenharam um papel importante ao espalhar desinformação sobre prevenções e cuidados relacionados à pandemia de covid-19, um importante estudo internacional foi divulgado essa semana mostrando a relevância das redes sociais como fontes de informação sobre o processo de vacinação.

O Pew Research Center, o maior think tank de pesquisas de opinião do mundo, divulgou um estudo representativo da sociedade norte-americana mostrando que quase metade dos moradores dos EUA usa as redes sociais como a principal fonte de conteúdo para notícias relacionadas às vacinas no país.

A pesquisa mostrou ainda que para esse grupo de pessoas que usa as redes sociais para se informar, aproximadamente seis em cada dez avaliam que os conteúdos recebidos são muito importantes ou importantes para se informar sobre as vacinas. Individualmente, o Snapchat e o Instagram são as redes sociais mais usadas pelos moradores dos EUA para se informar sobre o processo de vacinação em seu país, de acordo com o Pew Research Center.

E no Brasil? Embora a gente não tenha um estudo exatamente igual, com as mesmas perguntas, várias publicações abordaram o assunto. No começo do ano, o Facebook IQ mostrou que as redes sociais aparecem em segundo lugar na importância como fontes de informação relevantes para o brasileiro se informar sobre a pandemia, perdendo somente para a TV aberta, que foi citada por 67% dos entrevistados.

E a forma como o brasileiro montou sua cesta de consumo de informação durante a pandemia afetou sensivelmente a trajetória da pandemia no país. Estudo feito por grupo de pesquisadores do Centro de Pesquisa em Comunicação Política e Saúde Pública da Universidade de Brasília mostrou que indivíduos que se informaram prioritariamente sobre a pandemia pelas redes sociais são mais desinformados, menos cuidadosos e mais persuadidos por fake news quando compara-se com outros que se informaram por mídias tradicionais.

Além de cuidar dos doentes, é importante também cuidar dos desinformados.

*André Jácomo é diretor do Instituto FSB Pesquisa

**Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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