Após contratação de 28 pessoas trans em Campina Grande, projeto tem nova rodada (Javier Zayas Photography/Getty Images)
Bússola
Publicado em 30 de junho de 2022 às 12h56.
Por Bússola
A Alpargatas, em parceria com o Alicerce Educação, está expandindo o projeto AlpaTRANSforma, voltado à inclusão social de pessoas transexuais no mercado de trabalho. Na primeira fase do projeto, com apoio da Prefeitura Municipal de Campina Grande (PB), 34 pessoas foram contempladas com aulas de reforço de ensino básico, e 28 pessoas foram contratadas para vagas nas fábricas da empresas. Agora, o objetivo é aumentar para 60 o número de colaboradores trans, ampliando também para a cidade de Santa Rita.
A parceria com o Alicerce se iniciou a partir de uma demanda da Alpargatas de ampliar a diversidade e inclusão em sua maior fábrica, e da dificuldade de encontrar pessoas candidatas para as vagas. Foi então que surgiu o projeto para reforçar e desenvolver a educação de base de transexuais como estratégia para mudar este cenário. Após três meses de estudos, todas as pessoas participantes do curso receberam os certificados de conclusão.
“A parceria com a Alpargatas viabilizou a atuação do Alicerce Educação na capacitação profissional desses alunos e alunas, por meio de metodologia inovadora na recuperação de defasagens de ensino. Isso foi feito de forma personalizada, para que os objetivos fossem alcançados de maneira assertiva” afirma Mônica Weinstein, VP de Desenvolvimento e Pesquisa no Alicerce Educação.
Os alunos receberam aulas de matemática, português e leitura e foram expostos a conversas que estimulam o pensamento crítico e autoconfiança, além de receberem apoio socioemocional em alinhamento com a missão Alpargatas. Temas como educação digital, educação financeira, habilidades para o trabalho, também foram tratados.
De acordo com um estudo feito pela plataforma #VoteLGBT, seis em cada dez pessoas perderam seus empregos devido à covid-19. A taxa de desemprego entre as pessoas que integram a comunidade é de 17,15%, mas, quando analisadas apenas as pessoas trans, o percentual sobe para 20,47%. No primeiro trimestre de 2021, o IBGE mostrou que a taxa de desocupação estava crescendo cada vez mais entre os grupos minoritários, e a falta de formação é uma das causas responsáveis pela ausência de oportunidades no mercado de trabalho.
“Além da baixa empregabilidade das pessoas trans, que é de 4%, considerando empregos formais com possibilidade de promoção e progressão de carreira, e 6%, levando em conta atividades informais e subemprego, 90% estão na prostituição, geralmente porque não encontram muitas outras perspectivas de vida”, afirma Laryssa Almeira, secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação do município de Campina Grande.
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