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Alheias a essas mudanças simples, 68% das empresas não conseguem lidar com a Geração Z

Na construção civil, SH aposta em comunicação inclusiva e programas de desenvolvimento para engajar e equilibrar a convivência intergeracional

Empresa do setor de construção civil, especialmente rígido, conseguiu um efetivo de até 15% de profissionais da Geração Z trabalhando na operação direta (FilippoBacci/Getty Images)

Empresa do setor de construção civil, especialmente rígido, conseguiu um efetivo de até 15% de profissionais da Geração Z trabalhando na operação direta (FilippoBacci/Getty Images)

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Publicado em 30 de maio de 2025 às 13h00.

51,6% do mercado de trabalho afirma ter dificuldade para lidar com as diferentes gerações e suas expectativas no ambiente corporativo, segundo o relatório  “Tendências de Gestão de Pessoas”, do Ecossistema Great People & GPTW. Na pesquisa, 68,1% dos entrevistados relataram dificuldade específica para se conectar com a Geração Z.

Mas como receber esta geração e criar um ambiente de trabalho intergeracional? A pergunta é um quebra-cabeça diário para os gestores brasileiros de diferentes segmentos. É uma questão complicada, mas o resultado é recompensador. 

“A Geração Z chega muito conectada, com ideias novas e uma percepção diferente de inovação. Eles nos tiram da zona de conforto e desafiam processos antigos, o que é extremamente positivo”, diz Anderson Castro, gerente de Recursos Humanos da SH, .

A empresa brasileira, desenvolvedora de soluções para o setor da construção civil, tem 30% de profissionais da Geração Z em seu escritório e 15% diretamente na área de operação. Para Castro, foi preciso forte iniciativa dos gestores no planejamento dos passos que criaram o ambiente intergeracional da companhia. 

Foi preciso entender que existe um motivo pelo qual pessoas são divididas em gerações 

Diferentes tempos formam diferentes pessoas, e para a SH, o primeiro passo foi o entendimento das diferenças. A comunicação precisou ser revista e a liderança treinada para adotar práticas de escuta qualificada e comunicação não violenta. 

“Os tempos mudaram e trouxeram ao ambiente corporativo profissionais de quatro ou até cinco gerações, cada qual com sua forma de enxergar o trabalho e o mercado. A convivência só funciona quando há respeito pelas diferenças e abertura para ouvir”, diz Castro.

Ele explica que os gestores foram treinados para desenvolver uma escuta ativa e flexibilidade para lidar com a definição que cada um tem do que é ou não urgente; e também como abordar diretamente cada questão. 

Para engajar, gestores entenderam relação da Geração Z com o trabalho

Segundo um estudo realizado pela empresa de saúde Alice, em parceria com a BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Grupo Fleury e Flash, as percepções sobre o papel do trabalho na identidade pessoal variam bastante entre as gerações. 

Para 40,9% da Geração Z, o trabalho representa "um pouco do que sou", enquanto entre os millennials a resposta mais frequente foi "o trabalho representa muito do que sou", escolhida por 43,2% dos entrevistados.

Nesse sentido, para reduzir o turnover e motivar esses profissionais, é importante apostar em acompanhamento próximo e no estímulo a tarefas mais complexas, que permitam o uso de tecnologia e o desenvolvimento rápido de habilidades. 

“Dar responsabilidade e mostrar o valor coletivo de cada atividade é o que mais engaja a Geração Z. Quando eles entendem o propósito e se sentem parte da entrega, o comprometimento aumenta”, afirma Castro.

Resultados impactaram, sobre tudo, a cultura organizacional

A convivência intergeracional impacta diretamente a cultura organizacional e os processos internos. Além de refletir na pressão natural por ambientes mais inclusivos, éticos e sustentáveis, uma vez que os jovens profissionais chegam às empresas cada vez mais atentos a temas como diversidade, governança e responsabilidade socioambiental.

“Não adianta querer encaixar o jovem em modelos antigos, é preciso adaptar a rotina e abrir espaço para debates, projetos e atividades em que eles se sintam pertencentes. Aqui na SH, criamos um Programa de Talentos com encontros mensais para bate-papos abertos, onde os colaboradores se dividem em grupos e discutem temas de interesse, além de trazerem propostas para a empresa. Organizamos encontros mensais que envolvem pelo menos 43 estagiários de áreas diferentes”, destaca Anderson Castro.

Entre as iniciativas que já foram sugeridas pelos próprios jovens da SH, há projetos de sustentabilidade e melhorias em processos internos. 

“Já tivemos estagiário da Geração Z propondo ações ambientais e outros que nos apontaram se recusar a aceitar ambientes de trabalho tóxicos, mostrando como o propósito é essencial para essa geração. Por isso, investir em cultura inclusiva e gestão humanizada deixou de ser diferencial para se tornar essencial”, conclui o executivo.

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