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Ageless: aplicações do futebol na vida corporativa

Este mês, Mauro Wainstock fala sobre como jogar com o espírito do futebol no dia a dia da vida corporativa

“Quando você entra em campo, como você se comporta?” (Tay Rees/Getty Images)

“Quando você entra em campo, como você se comporta?” (Tay Rees/Getty Images)

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Publicado em 4 de dezembro de 2023 às 08h00.

Por Mauro Wainstock*

O escritor Luís Fernando Veríssimo resume o fanatismo futebolístico com uma frase: “Só o futebol permite que você sinta aos 60 anos exatamente o que sentia aos 6. Todas as outras paixões infantis ou ficam sérias ou desaparecem, mas não há uma maneira adulta de ser apaixonado por futebol. Você pode racionalizar a paixão, fazer teses sobre a bola e observações sociológicas sobre a massa, mas é sempre fingimento. Dentro do mais teórico e distante analista existe um guri pulando na arquibancada”.

Você emprega toda a empolgação, garra, talento, criatividade e emoção que tem quando torce pelo seu time também no dia a dia do seu trabalho? Você compraria a camisa da sua empresa e teria orgulho dela?

Se no futebol os torcedores são entusiasmados e vibrantes nos finais de semana, quando chega o “segundou” no mundo corporativo o desafio está em driblar as adversidades e aplicar toda esta motivação. Quando você entra em campo, como você se comporta?

Joga na retranca? Joga para a galera? Joga para a equipe? Joga para o técnico? Só faz o básico e torce para a bola entrar, afinal, o time é composto de outros 10 jogadores… Sente alguma dorzinha e já pede para sair?

Tanto em um time de futebol quanto em uma equipe corporativa há divisão de tarefas e responsabilidades específicas, mas o trabalho em equipe é essencial.

Todos são importantes: não há 11 “camisas 10”

Não adianta termos 11 “Pelés”. Ele certamente não seria o craque que foi se jogasse no gol ou na zaga. Neste sentido, o papel do verdadeiro líder é descobrir e valorizar o real potencial de cada um da equipe.

Nem sempre o melhor do time é o capitão. Lembra do lateral Carlos Alberto Torres na Copa de 70? Certamente ele não era nenhum Pelé... e raramente marcava gols.

O líder precisa ter equilíbrio e sensibilidade para perceber o momento certo de agir dentro e fora de campo, seja ele CEO, técnico ou capitão do time.

Cada jogo é ao vivo e traz situações novas que desafiam a estratégia e exigem talento e improvisação. Os melhores jogadores não são necessariamente os que fizeram a jogada mais bonita. São os mais eficientes.

Os aplausos não são definitivos e as vaias devem ser encaradas como uma necessidade de melhorar

A vontade é acertar sempre. Mas em todo jogo há passes errados, cruzamentos equivocados e escolhas lamentáveis. E devemos nos preparar para errar menos nos jogos seguintes. O craque holandês Johan Cruyff afirma: “Futebol é um jogo de erros. Aquele que cometer menos erros vence”. Assim também é a vida empresarial.

Buscaremos os culpados para os nossos próprios erros e xingaremos eternamente o juiz e o VAR ou nos planejaremos mais adequadamente para a próxima partida? É importante ganhar o jogo ou o campeonato?

Ninguém é reconhecido pelo vice-campeonato. Mas ficaremos para sempre lamentando o gol que não fizemos, tentaremos eternamente justificar aquela bola que deixamos entrar no último minuto ou devemos celebrar as conquistas e a nossa evolução até aquele momento?

Às vezes zebras acontecem, então é preciso entender que nenhum jogo está ganho ou perdido antes da bola rolar!

Time que está ganhando não se mexe! Será mesmo? 

Se fosse assim, nem haveria motivo para a disputa, já saberíamos antecipadamente o vencedor...

Mas para continuar vencendo, é preciso treinar, treinar e treinar. E inovar. "O futebol é uma indústria competitiva e você precisa estar constantemente se reinventando para ter sucesso". A declaração é do espanhol Pep Guardiola, considerado um dos melhores treinadores de futebol do mundo.

Já Paul "Bear" Bryant, técnico de futebol americano, acrescenta: “Não é a vontade de vencer que importa – todo mundo tem isso. O que importa é a vontade de se preparar para vencer”.

E como fica a integração geracional no futebol?

Trago como exemplo mais recente o Fluminense, que foi o campeão da Conmebol/Libertadores 2023 com os jogadores apresentando a maior média de idade do século XXI na competição: 31,6 anos.

  • O goleiro Fábio está com 43 anos.
  • O zagueiro Felipe Melo tem 40 anos.
  • E Germán Cano, que tem 35 anos, foi o artilheiro da competição.

Finalizo com uma frase do querido ídolo Zico, que traz para o futebol o conceito de propósito:

“Verdadeiros camisas 10 não mudam só a história de um jogo, mudam a história da sociedade!”. Perfeito! (tinha que ser rubro-negro!)

Bora fazer acontecer e impactar positivamente dentro e fora das quatro linhas!

*Mauro Wainstock foi nomeado Linkedin TOP VOICE, é mentor de executivos, conselheiro de empresas, palestrante sobre diversidade etária e sócio-fundador do HUB 40+.

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