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Aegea e Petrobras investem em maior projeto com água de reuso na indústria

A partir de 2024, mais de 79 milhões de litros de água por dia deixarão de ser retirados da natureza para uso na operação das refinarias Reduc e Gaslub

Moradores da região metropolitana do Rio de Janeiro serão beneficiados (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Moradores da região metropolitana do Rio de Janeiro serão beneficiados (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Publicado em 12 de janeiro de 2023 às 10h00.

Última atualização em 16 de janeiro de 2023 às 17h37.

Por Bússola

Menos impacto para o meio ambiente e mais água para a população. É com esses objetivos que a Aegea, por meio da concessionária Águas do Rio, e a Petrobras assinaram dois acordos para que as operações industriais das refinarias Duque de Caxias (Reduc) e no Polo Gaslub, em Itaboraí, passem a ser abastecidas com água de reuso. Os documentos preveem a implantação de plantas sustentáveis que vão dar maior segurança hídrica à população do Rio de Janeiro, já que mais de 79 milhões de litros de água por dia, hoje retirados dos sistemas Guandu e Saracuruna, deixarão de ir para os complexos industriais e serão direcionados para as torneiras dos imóveis na região metropolitana do estado.

A água de reuso pode ser aquela que passou por uma estação de tratamento de esgoto, o rejeito de uma estação de tratamento de água ou a que já foi utilizada em atividades industriais, não podendo ser consumida pela população, mas com enorme potencial de ser utilizada para fins não potáveis, como em diversos processos industriais, geração de energia, combate a incêndios, irrigação e refrigeração e lavagem de equipamentos, entre outras ações.

Com a assinatura dos acordos, a partir de 2024 a Aegea, líder em saneamento privado no Brasil, vai tirar do papel o maior projeto de utilização de água de reuso da indústria brasileira, um dos setores da economia que mais consome o recurso natural. A ação está em consonância com as melhores práticas mundiais de ESG, e que fazem parte do DNA da empresa. Presente em 13 estados e 489 municípios, atendendo mais de 30 milhões de brasileiros, a Aegea foi a primeira empresa do setor, na América Latina, a emitir títulos sustentáveis no mercado global, os chamados sustainability-linked bonds (SLB).

“Com esta iniciativa, reforçamos nosso compromisso com a sustentabilidade e sua evolução na agenda ESG. O reuso de água em plantas industriais está em linha, por exemplo, com a nossa emissão dos títulos de longo prazo com condições atreladas ao cumprimento de metas sociais e ambientais. São ações como as de diversidade racial e aumento na presença de mulheres em cargos de liderança, refletindo em nosso quadro de funcionários a diversidade observada na população brasileira, e de redução do consumo de energia em 15%, já levando em conta que a matriz elétrica da Aegea já é composta 94% por fontes renováveis. Vale lembrar a recente entrada da Aegea no programa 'Floresta Viva', em parceria com o BNDES, também voltado a ampliar a resiliência hídrica em bacias hidrográficas, no Rio de Janeiro e região do Pantanal mato-grossense, bem como nosso rigoroso trabalho de combate às perdas de água”, explicou o diretor de Novos Negócios da empresa, Yaroslav Memrava.

Problema históricos

De acordo com o presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini, as novas plantas sustentáveis vão ampliar o volume de água disponível para o sistema de abastecimento de duas regiões com problemas históricos de fornecimento. “Faremos isso sem impactar no desenvolvimento dos complexos petroquímicos, alinhados às melhores práticas globais, em um modelo sustentável que deve ser replicado em todo o estado e país”, diz.

Para o diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Rodrigo Costa, o avanço nos acordos permite que a Petrobras siga com seu compromisso de reduzir a captação de água doce em suas operações nos próximos anos. “A companhia tem atuado no tema se segurança hídrica tanto adotando projetos de reuso de água em suas operações e tratamento de efluentes, como no patrocínio a projetos de conservação de nascentes e mata ciliar”, afirma o diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Rodrigo Costa.

O vice-governador e secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro, Thiago Pampolha, destacou a importância do acordo entre as duas empresas e seu impacto ambiental positivo.

“O reuso de água promove a segurança hídrica, assegurando a disponibilidade e a gestão eficiente deste recurso, mas a sua utilização sustentável depende sobretudo de parcerias bem sucedidas, como esta entre a Petrobras e a Águas do Rio. O Estado do Rio tem avançado muito nessa temática. O decreto 47.403/2020, que estabelece a política de reuso de água para fins não potáveis no território fluminense de forma inovadora no país, e o Programa Estadual de Segurança Hídrica (Prosegh) são exemplos de iniciativas da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade que têm aproximado ainda mais o Rio de Janeiro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e de um planeta melhor para todos”, argumenta Pampolha.

Plantas sustentáveis

No caso da Reduc, na Baixada Fluminense, o contrato assinado formalizou a intenção de que, a partir de 2024, a Águas do Rio forneça água de reúso a partir do rejeito do processo de tratamento de água dos sistemas Guandu e Saracuruna, de responsabilidade da Cedae.

Já no Polo Gaslub, em Itaboraí, a concessionária de saneamento do grupo Aegea prevê a construção de 32 km de tubulação ligando a planta de produção de água de reuso da ETE São Gonçalo ao complexo industrial responsável pelo processamento de gás e a produção de lubrificantes avançados, diesel de ultra-baixo teor de enxofre, querosene de aviação e geração térmica.

Com os acordos firmados, a Águas do Rio pretende adiantar os seus compromissos de investimentos na Estação de Tratamento de Esgoto de São Gonçalo, com benefícios diretos nas metas de contribuição para a despoluição da Baía de Guanabara.

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