Bússola

Um conteúdo Bússola

A OMS na China

Coluna de Alon Feuerwerker analisa como a politização do debate em torno da Covid-19 esvazia muitas vezes a racionalidade da discussão

China constrói gigante centro de quarentena contra covid-19 (STR / CNS/AFP)

China constrói gigante centro de quarentena contra covid-19 (STR / CNS/AFP)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 4 de fevereiro de 2021 às 20h51.

A missão da Organização Mundial da Saúde que está na China analisando a origem do SARS-CoV-2 informa não haver, por enquanto, sinais de que a coisa tenha sido fabricada e vazada deliberadamente. Vamos aguardar os resultados finais da expedição (leia).

O debate em torno da Covid-19 politizou-se a tal grau (era inevitável) que a discussão está em grande medida esvaziada de racionalidade. Se a OMS mantiver ao final essa conclusão, certamente alguns vão dizer que tudo faz parte de uma grande conspirata.

Paciência. Mas a irracionalidade tem um custo.

A falta de racionalidade, de ceticismo e de curiosidade diante de achados inesperados drena a possibilidade de diagnósticos mais realistas, e mais rapidamente. O que vai dificultar atingir com mais agilidade um estágio de conhecimento superior sobre a pandemia.

A politização da ciência impõe a ela a lógica da política. A narrativa importa mais que os fatos, e quando estes contrariam aquela trata-se de ignorá-los. Mais ou menos como seria se, num teste de vacina, os cientistas omitissem que ela talvez não tenha funcionado tão bem em certos casos.

Seria uma fraude, não é?

*Analista político da FSB Comunicação

Siga Bússola nas redes:  InstagramLinkedin  | Twitter  |   Facebook   |  Youtube 

Acompanhe tudo sobre:ChinaCoronavírusOMS (Organização Mundial da Saúde)Pandemia

Mais de Bússola

7 em cada 10 brasileiros apostam na produção de biocombustível como motor de crescimento econômico

97% das empresas com receita de US$ 1 bi já sofreram violação por IA generativa, aponta instituto

Luiz Garcia: como a construção civil pode superar os desafios provocados pelo aumento do INCC

Bússola Cultural: moda periférica com Karol Conká e Tasha&Tracie