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A importância de cuidar de quem faz a economia girar

O grande destaque que a Black Friday vem ganhando no Brasil está agora no mesmo patamar que eventos tradicionais para varejistas

Comércio eletrônico teve alta de mais de 25% em 2022 (Justin Paget/Getty Images)

Comércio eletrônico teve alta de mais de 25% em 2022 (Justin Paget/Getty Images)

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Publicado em 14 de março de 2023 às 08h30.

Depois de alguns anos apresentando crescimento muito acima do esperado, o comércio eletrônico fechou 2022 com alta de mais de 25%, segundo a Fecomércio. Os eventos tradicionais que representam ótimas datas para os lojistas, como Dia das Mães, Dia dos Pais e Dia dos Namorados, ganharam a companhia de uma novidade pulsante, com a ascensão da importância da Black Friday no Brasil. A transição para as compras on-line, inevitável em todo o mundo no período da pandemia, conquistou de vez consumidores em todo o mundo. Mas uma questão importante aparece em torno desta situação: como as empresas estão se preparando para cuidar das pessoas que dão suporte para o comércio eletrônico?

A resposta envolve uma série de questões, como o que as empresas oferecem de benefícios diferenciados para seus colaboradores. Pesquisas indicam que para muitos profissionais, o salário não é o fator mais importante para a decisão pela troca de emprego. Companhias que oferecem vantagens como pacotes de academia, análise, programa de fertilidade e até pagam viagens para os funcionários saem na frente na atração e retenção de talentos. Outro ponto em particular é importante: como e em quais condições são feitos o deslocamento desses e de tantos outros colaboradores. A “logística das pessoas” é, ou deveria ser, uma das preocupações mais básicas das empresas.

Em uma pesquisa realizada pela GlobalTrevo Consulting e encomendada por nós do Fretadão, identificamos que das mil pessoas ouvidas em nove estados do País, 80% sinalizam que a mobilidade tem forte impacto na saúde física, 79% citam saúde psicológica e 77% a produtividade.

Vemos que há um movimento crescente de empresas dispostas a apoiar os colaboradores em um melhor ambiente de trabalho, independentemente da discussão sobre onde ele está atualmente (remoto, híbrido ou presencial). Temos, por exemplo, o dado de que 52% das empresas ouvidas na pesquisa já investem mais de R$ 500,00 por colaborador em ações para promover a saúde mental.

A grande questão é a união de duas pontas: se a mobilidade é vista como um item fundamental para os colaboradores, será que o programa de bem-estar é suficiente para torná-los pessoas mais felizes e produtivas?

Há quem diga “cada caso é um caso”, mas nossa experiência tem mostrado que oferecer uma política consistente de benefícios, especialmente de mobilidade, é um caminho bastante assertivo. Nesse cenário, o fretamento tem evoluído como um apoio à saúde física e mental: com um deslocamento em um único modal e sem risco de lotação, evitam-se acidentes de percurso, mas há muitos outros benefícios, pois o profissional chega para o trabalho, por exemplo, sem a fadiga e o desgaste de longos períodos parado no trânsito ou se locomovendo entre modais, normalmente lotados.

Tecnologias como inteligência artificial e machine learning têm deixado a equação custo, tempo de transporte e qualidade de vida cada vez mais viável para as empresas. E esse foi um dos ensinamentos que o setor de logística promoveu para o restante do mercado: boa parte dos grandes varejistas e e-commerces optaram pelo fretamento para seus funcionários. Assim, a “logística das pessoas” ficou tão garantida quanto a entrega dos produtos que você recebeu na sua casa ao longo da pandemia.

O que resta saber é se o transporte, que representa um dos principais investimentos financeiros dentro de uma empresa, será revisto sob a ótica do bem-estar dos colaboradores. Isso porque os dados confirmam aquilo que sentimos no dia a dia: a experiência do deslocamento faz muita diferença na energia/disposição que teremos ao longo do dia.

Agora, se o fretamento terá espaço no pacote de benefícios diferenciados das empresas, é algo que só o tempo irá nos dizer.

*Antonio Carlos Gonçalves é CEO do Fretadão

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