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A importância da inteligência de dados para o desenvolver o setor público

Além disso, uso da tecnologia pode melhorar os índices econômicos, com a participação da esfera pública no PIB chegando a 35%

Stock photograph of a young Asian woman conducting a seminar / lecture with the aid of a large screen. The screen is displaying data & designs concerning low carbon electricity production with solar panels & wind turbines. These are juxtaposed with an image of conventional fossil fuel oil production. (iStock/Getty Images)

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Publicado em 5 de abril de 2023 às 13h00.

Por Emanoelton Borges*

O setor público é responsável pela organização e regulamentação das mais diversas áreas da sociedade e, em tempos de digitalização acelerada, é essencial utilizar a inteligência de dados para alavancar as ações dos governos. Desde o segmento de pesquisas até a desburocratização de processos, é possível inovar. O uso da tecnologia pode, inclusive, contribuir para a melhoria dos índices econômicos, sobretudo no Brasil, onde a participação da esfera pública no Produto Interno Bruto (PIB) chega a 35%.

Hoje, a atualização das ferramentas acontece a todo momento; soluções práticas para governos e organizações estão intrinsecamente ligadas à demanda atual, em que cada vez mais são gerados serviços rápidos e objetivos por meio de algoritmos e aplicativos, automatizando decisões com menor intervenção humana. A inteligência artificial contribui para fomentar a transparência, o controle social e o aperfeiçoamento de políticas públicas, com o aumento da qualidade do serviço e da capacidade do trabalho das equipes.

Um exemplo claro dessa aplicação é o recente lançamento que promete movimentar o planeta: o ChatGPT. A ferramenta desenvolvida pela empresa OpenAI vem movimentando as conversas sobre a capacidade de desenvolver conteúdos e oferecer respostas complexas bem-estruturadas através da interação com os usuários. Para exemplificar seu impacto, há poucos dias a Microsoft anunciou que o Bing, site de pesquisas da gigante da informática, terá acesso à inteligência.

Trata-se de mais um reforço para popularização da tecnologia ao redor do mundo. O Gartner, consultoria especializada em TI, projeta que os investimentos em tecnologia movimentarão cerca de R$ 4,5 bilhões neste ano. O mesmo documento prevê, ainda, aumento de empregos no setor e alta de 5,5% no segmento de serviços de TI para 2023. Neste contexto, manter-se atualizado pode ser um diferencial para empresas, indústrias e especialmente governos, o que influencia diretamente a sociedade.

Outro levantamento da consultoria indica que 36% dos CIOs da área governamental em todo o mundo indicaram que planejam aumentar os investimentos em IA e machine learning. As tecnologias de chatbots e os agentes de conversação lideram o caminho da adoção de recursos no setor, com 26% dos entrevistados reportando que já usam o sistema em seus projetos. Além disso, 59% dos CIOs do segmento público esperam implantar a tecnologia nos próximos três anos.

Atualmente, a tecnologia de inteligência artificial já é usada pela Controladoria Geral da União (CGU), por meio do projeto Malha Fina de Convênios, que analisa repasses federais para estados, municípios e algumas entidades privadas, por exemplo.

Por outro lado, a mesma pesquisa indica que os trabalhadores do setor público continuam inseguros com essa tecnologia: 42% dos funcionários da área governamental que ainda não trabalharam com IA entendem que as aplicações baseadas nesse modelo são caminhos para a execução de seus trabalhos. Mas apenas 27% dessas mesmas respostas acreditam que a inteligência artificial tem o potencial de substituir diversas tarefas; o número cai para 17% quando se trata do que eles consideram ser tarefas habilidosas.

Uma das grandes problemáticas que envolvem a IA é quando delegamos à tecnologia questões que não deveriam ser tomadas por máquinas. Um caso famoso é o da multinacional de comércio eletrônico Amazon. Em 2018, a empresa admitiu que desenvolveu um mecanismo de recrutamento de novos empregados que analisava o perfil dessas pessoas e verificava se elas se encaixavam para determinada vaga. Os algoritmos distribuíam pontuações que variavam de um a cinco estrelas. Porém, logo o sistema ensinou para si mesmo que candidatos do sexo masculino eram preferíveis, penalizando currículos de mulheres.

Em janeiro de 2018, Nova York se tornou a primeira cidade do mundo a regulamentar que sistemas autônomos de tomada de decisão (baseados em algoritmos), os quais influenciam a vida na metrópole americana, devem ser obrigatoriamente monitorados por pessoas. Ou seja, agora é preciso que procedimentos sejam implementados para verificar se um algoritmo gera resultados discriminatórios. É a evolução da tecnologia andando ao lado da experiência humana.

Fato é que a tecnologia veio para ficar e não tem volta. Prometendo resolver alguns de nossos desafios sociais e de políticas públicas mais urgentes, a IA se tornará cada vez mais abrangente e essencial para a sociedade.

*Emanoelton Borges é CEO da Alfa Inteligência

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