Números revelam a necessidade do mercado de democratizar o acesso ao crédito (Sergio Moraes/Reuters)
Bússola
Publicado em 29 de setembro de 2021 às 16h28.
De acordo com uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), em parceria com a Alelo, bandeira especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas, quase quatro em cada cinco bares e restaurantes tiveram que captar recursos durante a crise. O estudo foi realizado com 875 estabelecimentos comerciais de todo o Brasil, no mês de junho, e revela que, em sua maioria, quem procurou empréstimo optou por bancos privados (43,7%). Outras categorias foram cooperativas de crédito (16,6%) e aplicativos de delivery (9,42%). Além disso, amigos ou agentes privados, adquirentes, bancos digitais e aplicativos de pagamento também foram mencionados.
A pesquisa revela ainda que dos bares e restaurantes que tentaram um empréstimo durante a pandemia, apenas 50% conseguiram. Entre as principais razões para a não liberação dos recursos foram citadas: restrições com o nome da empresa (39,3%) ou com o nome do proprietário/sócio (23,2%) e não conseguir apresentar garantias e/ou faturamento suficientes (33,6%).
“Os números expõem a necessidade do mercado de contar com linhas especiais, capazes de democratizar o acesso ao crédito, principalmente nos momentos em que as empresas precisam de ajuda para manter os negócios ativos. Com o avanço da vacinação e retomada, muitos estabelecimentos buscam reformular as instalações para se adaptar ao novo perfil do consumidor. Diante disso, os recursos serão essenciais para modernização ou até mesmo ampliação do espaço. Cabe a nós apoiá-los”, afirma Márcio Alencar, diretor de estratégia digital, marketing e negócios da Alelo.
O crédito é uma realidade para os estabelecimentos comerciais mesmo antes da crise ocasionada pela covid-19. Dos entrevistados, 74,9% afirmaram já terem solicitado um empréstimo desde que começaram os negócios, tendo como principais motivos garantir fluxo de caixa (26,6%), pagar dívidas (25,0%), realizar reformas no espaço físico e/ou ampliar o estabelecimento (10,7%). No mais, nota-se que para 8,6%, o valor do empréstimo também foi direcionado para implantar e/ou ampliar o modelo de delivery.
“O nosso setor é formado em sua maioria absoluta por micro e pequenas empresas, com pouco ou nenhum capital de giro, e que enfrentam um problema crônico de acesso a crédito, potencializado na pandemia, justamente o momento em que mais precisam desse apoio. Sem crédito disponível, a retomada se torna inviável. Por isso, lutamos para que o Pronampe e sua ampliação se tornassem uma realidade, mas ele não é suficiente para atender toda a demanda. É preciso que novas linhas de crédito, mais acessíveis e com melhores condições, sejam disponibilizadas”, declara o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci.
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