A pesquisa também mostra que, mesmo após sofrerem incidentes, 58% das empresas não notificaram autoridades reguladoras (Freepik)
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Publicado em 20 de junho de 2025 às 13h00.
79% dos executivos acreditam que suas empresas estão mais expostas a ataques cibernéticos do que em anos anteriores. 66,5% apontam a cibersegurança entre os cinco maiores riscos corporativos, reforçando a urgência do tema.
Com a participação de 248 empresas brasileiras de diversos portes e setores, a pesquisa “Riscos Cibernéticos — A percepção das lideranças brasileiras e práticas adotadas” aponta para a segurança cibernética como um dos principais problemas corporativos da atualidade.
“As empresas reconhecem o risco, mas muitas ainda não conseguem transformar essa percepção em planos estruturados de proteção. É um gap perigoso entre a consciência e a ação”, afirma Everson Probst, sócio de cibersegurança da Grant Thornton, empresa que realizou a pesquisa em parceria com o Opice Blum Advogados, escritório especializado em direito digital.
O estudo aponta para correlação entre o engajamento da alta gestão e a adoção de práticas mais robustas de segurança digital. Empresas com liderança ativamente envolvida são aquelas que mapeiam riscos, treinam equipes com regularidade e reagem com mais agilidade a incidentes.
“O distanciamento da liderança das pautas de segurança e privacidade não se revela apenas em falhas técnicas ou incidentes. Ele aparece no desconhecimento dos riscos, na demora em responder a crises e na baixa prioridade que o tema ocupa nas agendas estratégicas”, explica Tiago Neves Furtado, sócio do Opice Blum Advogados.
Com base nos dados da pesquisa, Everson Probst destaca cinco frentes essenciais para fortalecer a segurança cibernética nas empresas:
A pesquisa também mostra que, mesmo após sofrerem incidentes, 58% das empresas não notificaram autoridades reguladoras — um número preocupante diante da obrigatoriedade de comunicação à ANPD em até 03 dias úteis em caso de risco ou dano relevante, conforme a Resolução CD/ANPD 15/2024.
“Não notificar pode parecer uma forma de evitar exposição, mas o custo regulatório e reputacional pode ser ainda maior. As empresas precisam entender que transparência é também um pilar da segurança”, reforça Probst.
“Ainda prevalece entre muitas organizações a ideia de que o silêncio oferece menos risco do que a transparência. Há desconfiança sobre como a ANPD reagirá, se aplicará sanções, medo de judicializações e receio da reação dos titulares — quando, na verdade, o caminho da conformidade e da comunicação responsável deveria ser visto como um investimento em credibilidade e resiliência”, conclui Tiago.
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