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6 tendências tecnológicas que vão moldar o futuro em 2025

Do avanço da Inteligência Artificial ao futuro da cibersegurança, descubra as inovações que prometem transformar o mundo nos próximos 12 meses.

Enquanto 2025 se desenha no horizonte, as tecnologias discutidas aqui mostram como inovação e adaptação caminham lado a lado (Westend61/Getty Images)

Enquanto 2025 se desenha no horizonte, as tecnologias discutidas aqui mostram como inovação e adaptação caminham lado a lado (Westend61/Getty Images)

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Publicado em 25 de fevereiro de 2025 às 07h00.

*Por Cássio Batoni

A tecnologia não apenas acompanha o ritmo da humanidade — ela o define. Em 2025, novos avanços prometem remodelar indústrias, hábitos e até mesmo a forma como interagimos com o mundo ao nosso redor. Entre os destaques, estão a inteligência artificial multimodal, soluções de cibersegurança pós-quântica e inovações em eficiência energética. Destaco aqui seis tendências tecnológicas que já estão moldando o futuro e que merecem a sua atenção.

1. Inteligência artificial multimodal

A inteligência artificial é a inovação transformadora da era atual, com potencial para impactar todos os setores. Mas que avanços podemos esperar nos próximos 12 meses? Um deles é a IA multimodal, que processa texto, imagens e vídeos simultaneamente.

O interesse pela IA multimodal é compreensível, já que a tecnologia imita o comportamento humano. As pessoas processam informações por meio da visão, audição e tato. Portanto, é lógico que os humanos interajam com máquinas usando essa abordagem multimodal também.

O Google Gemini e o ChatGPT-4 deram o pontapé inicial em 2023. A OpenAI até lançou seu produto multimodal com o título: "O ChatGPT agora pode ver, ouvir e falar." No entanto, o próximo ChatGPT-5 deve oferecer uma funcionalidade multimodal muito mais avançada.

A IA multimodal pode impulsionar mudanças significativas em diversos setores — melhorando a educação, revolucionando o varejo com compras personalizadas e possibilitando tecnologias avançadas, como reconhecimento de voz e facial em serviços financeiros.

2. Computação eficiente em termos de energia

A cada ano, a demanda por serviços digitais cresce. Desde 2010, o tráfego global na internet aumentou 20 vezes, à medida que os consumidores migram para serviços baseados na nuvem. Esses serviços consomem muita energia. Os data centers que os sustentam são responsáveis por cerca de 1,5% do consumo global de eletricidade.

Portanto, a corrida pela eficiência energética está em andamento. Um alvo óbvio é o superaquecimento. Os data centers geram muito calor e utilizam sistemas de resfriamento elaborados. Isso é um desperdício de recursos. Arquitetos estão testando várias soluções. Por exemplo, novos designs isolam máquinas geradoras de calor em uma área específica em vez de espalhá-las por todo o local, facilitando o resfriamento. Eles também estão aprendendo a capturar e reaproveitar o calor para aquecer residências e empresas próximas.

As empresas de chips também estão trabalhando no problema. Em 2024, a Nvidia revelou suas GPUs Blackwell de próxima geração, que têm um consumo de energia 25 vezes melhor e custos reduzidos para processamento de IA.

3. Criptografia pós-quântica

A computação quântica é uma tecnologia fascinante. Ela utiliza as propriedades contraintuitivas do mundo quântico — que permitem que um bit de dado atue como 0 e 1 ao mesmo tempo — para realizar cálculos impossíveis em computadores convencionais.

Isso pode levar a avanços extraordinários no design de medicamentos, previsões meteorológicas, eficiência industrial e muito mais. No entanto, a computação quântica representa um sério desafio à segurança. A computação 'clássica' utiliza problemas matemáticos complexos para manter os invasores afastados. Processadores quânticos podem, em teoria, resolver esses problemas e, assim, violar sistemas de segurança.

Para resistir a essa ameaça, pesquisadores estão desenvolvendo a tecnologia de criptografia pós-quântica. Eles estão criando novos algoritmos para gerar desafios matemáticos que nem mesmo computadores quânticos possam resolver. As técnicas incluem criptografia baseada em grades, em códigos e multivariada.

Organizações da indústria estão explorando ativamente essas soluções. Uma delas é o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) do Departamento de Comércio dos EUA. Em agosto de 2024, o instituto finalizou seus algoritmos de criptografia, após avaliar 82 algoritmos ao longo de oito anos e selecionar 15 para serem incorporados nos sistemas.

4. Novas ameaças de cibersegurança baseadas em IA

As ferramentas de IA são frequentemente descritas como “copilotos” que ajudam as pessoas a concluir tarefas. Infelizmente, a IA também facilita a vida de fraudadores. Eles estão utilizando a tecnologia para criar golpes cada vez mais sofisticados.

Um estudo recente relatou um aumento alarmante de 28% nos e-mails de phishing entre o primeiro e o segundo trimestre de 2024. Está claro que a IA está alimentando grande parte dessa atividade. As novas ameaças aprimoradas pela IA incluem:

  • E-mails de phishing com gramática perfeita e detalhes pessoais;
  • Campanhas em larga escala que realizam milhares de ataques de phishing personalizados simultaneamente;
  • Ataques que acessam informações inseridas por funcionários em plataformas de IA como ChatGPT ou Google Gemini;
  • Phishing aprimorado por IA que imita o comportamento, a aparência e a voz de indivíduos;
  • Campanhas que exploram plataformas de mídia social para roubar informações pessoais e manipular usuários;
  • Plataformas de phishing como serviço (PhaaS), que permitem a atacantes não técnicos criarem páginas de login falsas, scripts para automação de e-mails e ferramentas para gerenciar credenciais roubadas.

5. Baterias térmicas

A participação das energias renováveis no consumo global de energia foi de 13% em 2023 e deve atingir quase 20% até 2030. Mas há um problema óbvio: a imprevisibilidade. O que acontece quando o vento não sopra e o sol não brilha?

A solução é o armazenamento de energia. Se conseguirmos armazenar a energia gerada por fontes renováveis usando baterias, podemos compensar a escassez. Infelizmente, a maioria das tecnologias de bateria só consegue armazenar energia por curtos períodos — e as baterias tendem a ser muito grandes.

Por isso, a tecnologia de baterias térmicas está ganhando atenção. Como o nome sugere, essa tecnologia armazena eletricidade na forma de calor, em vez de alterações químicas, e utiliza materiais baratos, como tijolos, vidro, sal, areia e metal.

As baterias térmicas são apenas uma das várias tecnologias emergentes. Mas o uso de materiais baratos as torna atraentes. Em 2024, pesquisadores da Universidade de Michigan revelaram uma célula termo-fotovoltaica com eficiência recorde de 44%. Para comparação, uma turbina a vapor média alcança cerca de 35%.

6. Chiplets

A Lei de Moore está chegando ao fim? Em 1965, o executivo da Fairchild Semiconductor, Gordon Moore, previu que o número de transistores em um chip dobraria a cada dois anos. Sua previsão se concretizou. Os chips mais avançados hoje têm quase 50 bilhões de transistores.

No entanto, o limite está próximo. À medida que a indústria se aproxima de transistores com apenas alguns nanômetros, enfrenta efeitos quânticos imprevisíveis. Especialistas em chips estão buscando soluções para esse problema. Uma das mais promissoras é o chiplet.

Tradicionalmente, os fabricantes combinavam designs de chips para múltiplos propósitos — CPU, gráficos, memória etc. — em um único die ‘monolítico’. Com os chiplets, eles criam designs para propósitos específicos e os conectam em um pacote.

A tecnologia não é nova, mas foi limitada pela falta de padronização entre os fabricantes de chips. Um novo consórcio chamado Universal Chiplet Interconnect Express (UCIe) está trabalhando em uma abordagem de código aberto que qualquer empresa do setor pode usar. Mais de 100 empresas de semicondutores já aderiram.

Prontos para o que vem pela frente?

Enquanto 2025 se desenha no horizonte, as tecnologias discutidas aqui mostram como inovação e adaptação caminham lado a lado. Da inteligência artificial revolucionária à energia renovável mais eficiente, cada avanço carrega consigo desafios e oportunidades. À medida que nos preparamos para essas mudanças, uma coisa é certa: o futuro será moldado pela forma como utilizamos e nos adaptamos a essas ferramentas.

*Cássio Batoni é Diretor de Estratégia e Marketing da Thales na América Latina

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