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5G no Brasil: é preciso educar e treinar usuários e profissionais de RH

É preciso massificar habilidades e competências para atuar neste novo ambiente e colocar o ser humano e suas necessidades no centro das atenções

Quinta geração de internet móvel deve chegar na maioria das capitais brasileiras até o segundo semestre de 2022 (Getty Images/Getty Images)

Quinta geração de internet móvel deve chegar na maioria das capitais brasileiras até o segundo semestre de 2022 (Getty Images/Getty Images)

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Publicado em 25 de fevereiro de 2022 às 12h40.

Última atualização em 25 de fevereiro de 2022 às 12h48.

Por Daniel Costa*

Já em funcionamento em alguns países do mundo, a tecnologia 5G está cada vez mais perto de se tornar realidade no Brasil. De acordo com estimativas do governo federal, após o leilão realizado por aqui no fim de 2021, a quinta geração de internet móvel deve chegar na maioria das capitais brasileiras até o segundo semestre de 2022.

Com isso, a nova tecnologia promete ampliar ainda mais o acesso à internet no país que, de acordo com dados do Comitê Gestor da Internet do Brasil (2020), está disponível para cerca de 152 milhões de pessoas, porém, ainda de forma bastante desigual e aproximadamente 90% dos domicílios das classes D e E acessam a rede exclusivamente pelo aparelho celular.

Na verdade, o 4G ainda é um sonho para muita gente por aqui e, na educação básica por exemplo, somente 32% das escolas públicas do ensino fundamental disponibilizam acesso à rede para os alunos e apenas 65% das escolas públicas do ensino médio.

Capaz de oferecer vantagens como maior velocidade e menor taxa de latência nas transmissões, consumo reduzido de energia dos equipamentos e maior densidade de conexões simultâneas, o 5G pode desvendar um ambiente virtual totalmente novo e cada vez mais completo, eficiente e conectado.

A ampliação da Internet das Coisas (IoT) por exemplo, pode potencializar serviços como telemedicina, segurança pública, transportes autônomos, cidades inteligentes, automação e integração de máquinas industriais, educação e trabalho à distância, dentre muitos outros. Isto sem contar com aplicações inovadoras que poderão ser desenvolvidas e que ainda nem sabemos que precisamos!

Se o cenário da infraestrutura tecnológica necessária para a operação do 5G começa a se consolidar no Brasil, cabe à sociedade refletir e buscar soluções para os imensos desafios que estão por vir em relação à disponibilidade, consumo e utilização da tecnologia de quinta geração no Brasil.

Por exemplo, a população estará apta a aproveitar tudo o que a nova tecnologia tem a oferecer, não somente como usuários mas, principalmente, como atores protagonistas desta incrível evolução tecnológica? Afinal, a IoT que vai “coisificar” as relações entre máquinas e equipamentos, também vai criar experiências diferenciadas para as pessoas.

É sempre bom lembrar que por trás da tecnologia do 5G há indivíduos fazendo acontecer, responsáveis em humanizar cada vez mais a experiência digital, transformando para melhor a qualidade de vida da sociedade.

Nesse sentido, uma questão recai sobre a disponibilidade das grandes operadoras de telefonia em viabilizar o acesso democrático à banda 5G. Muitas delas ainda nem terminaram de pagar a aquisição da banda 4G e já precisam fazer investimentos vultuosos para viabilizar o 5G. Além disso, os aparelhos compatíveis com 5G ainda são bem caros e inacessíveis para grande parte da população brasileira.

Em relação à necessidade premente de qualificação de mão de obra para operar e usufruir desta nova tecnologia, as organizações públicas e particulares precisam convergir para novas possibilidades de capacitação e desenvolvimento educacional. Com objetivos de massificar as habilidades e as competências necessárias para atuar neste novo ambiente e colocar o ser humano e suas necessidades no centro das atenções.

Empresas e escolas, por exemplo, devem ajustar não somente seus manuais de treinamento e conteúdos curriculares, mas também e, prioritariamente, o mindset das suas equipes, gestores, colaboradores, professores e alunos para se adequarem às novas necessidades profissionais, incluindo vasto conhecimento técnico específico e as habilidades mais humanizadas, chamadas de soft skills.

E também, implementar estratégias efetivamente interessantes para o público-alvo, criando ambientes cada vez mais democráticos, motivadores e propícios ao aprendizado criativo e auto orientado.

O futuro chegou e já está atropelando tudo e todos numa velocidade cada vez maior. Mas tecnologias como essa, por si só, não terão o poder para transformar a vida de todas as pessoas.

Por isso, é preciso criar estratégias para que, através destas tecnologias inovadoras, as pessoas tenham condições de participar ativa e integralmente desta transformação, com esforços para a educação, treinamento e qualificação nas habilidades e competências do ex-futuro, necessárias para a criação de serviços, produtos e aplicações alinhadas às novas oportunidades que surgirão.

E, parafraseando Pitágoras: “Eduquem as crianças para não punir os adultos” pois, neste caso, o desemprego pode ser a maior sentença que um indivíduo pode receber.

*Daniel Costa é head de pessoas & Palco da Fábrica de Criatividade

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