Bússola

Um conteúdo Bússola

5 tendências para a educação em 2023

Ensino personalizado, híbrido ou à distância: educação mudou de forma disruptiva e isso vai impactar o futuro do trabalho

O ensino em 2023 está sujeito a mudanças (Viorika/Getty Images)

O ensino em 2023 está sujeito a mudanças (Viorika/Getty Images)

B

Bússola

Publicado em 13 de dezembro de 2022 às 17h00.

Última atualização em 13 de dezembro de 2022 às 17h10.

Ensino Híbrido, educação socioemocional, E-learning e microlearning, personalização do ensino. Essas são algumas das tendências educacionais para 2023. Cada revolução mundial mudou a natureza do trabalho e do ensino de maneiras disruptivas. A mudança tecnológica, vivenciada hoje, pode impactar até 50% dos empregos, uma vez que leva a mudanças na forma como as pessoas realizam seu trabalho. Com a pandemia de covid-19, e seu consequente isolamento social, esse processo foi ainda mais acelerado. Por isso, é cada vez mais necessário que as salas de aula ofereçam uma educação integrada, com habilidades de autoaprendizagem, e competências socioemocionais.

O Brasil, em especial, é considerado o país mais ansioso do mundo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), com 11,5 milhões de pessoas diagnosticadas com depressão. Uma pesquisa da Unicef revelou ainda que 35% dos jovens se consideram ansiosos e dentre os entrevistados, a metade sentiu necessidade de pedir ajuda em relação à saúde mental, mas 40% deles não recorreram a ninguém.

Outro relatório do Future of Jobs revela que algumas habilidades se tornaram mais importantes no local de trabalho, como: pensamento crítico, resolução de problemas, gestão de pessoas e criatividade. Empregadores querem profissionais que entendam como tomar decisões difíceis e mostrar suas habilidades de liderança. Somando o levantamento realizado pela Humus Connect (2021) – consultoria especializada no desenvolvimento de profissionais de Instituição de Ensino – e a expertise da Academia Soul – empresa especializada em soluções para Educação Socioemocional nas escolas – é possível mapear cinco principais tendências do cenário educacional.

1. Ensino personalizado

É uma estratégia que usa a tecnologia para considerar as características individuais de aprendizagem de cada aluno. Ela se baseia no respeito pela individualidade e na criação de estratégias que levem em consideração os interesses de cada aluno.

2. Ensino híbrido

O formato, que foi adotado de forma emergencial por instituições de ensino, ganhou um protagonismo ainda maior no cenário pós-pandemia. Trata-se de uma metodologia que mescla aulas e exercícios online e presenciais, com auxílio de ferramentas digitais. A Universidade Unigranrio abriu, no segundo semestre de 2022, cinco cursos no formato híbrido, com a intenção de realizar as aulas práticas de forma presencial e as teóricas no formato online. São eles: Biomedicina, Nutrição, Educação Física, Fisioterapia e Farmácia.

3. E-learning

Ou aprendizado eletrônico, uma modalidade de ensino a distância que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes tecnológicos de informação.

4. Educação socioemocional

É uma das exigências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e deve estar presente em toda a Educação Básica. Indo além dos muros da escola, o mercado de trabalho tem valorizado profissionais com soft skills, em vez de diplomas e certificados — tendência que deve continuar no futuro.

5. Microlearning

Parecido com o E-learning, consiste na “quebra” de conteúdos em pequenas unidades, mais focadas e objetivas. As aulas (ou atividades) do Microlearning acontecem em um tempo curto, com uma linguagem simples, de fácil compreensão e podem contar com o apoio de recursos multimídia, como vídeos, por exemplo.

As universidades que já possuíam esse formato híbrido antes da pandemia, ou que investiram em novos modelos de metodologia e acesso digital, estão em vantagem no que diz respeito à adaptação ao novo normal. No mundo conectado em quarentena, a tecnologia tornou-se grande aliada da Educação, ainda que suas barreiras sejam grandes.

Por outro lado, os desafios e complexidades da sociedade do século XXI requerem alunos com inteligência emocional, o que exige um currículo pedagógico cada vez mais voltado para a formação integral.

Uma análise sobre os períodos de atenção entre 2000, que foi o início da revolução móvel, e 2015, realizada pela Microsoft, revela uma diminuição de 4 segundos (de 12s para 8s). Parece pouco, mas a queda é grande parte culpada pela natureza da tecnologia e pelo estímulo constante que ela oferece aos usuários. Os millennials (1981 a 1995), por exemplo, que cresceram junto com a tecnologia, têm características distintas da geração X (1965 e 1981) e dos boomers (1945 e 1964) que vieram antes deles.

Eles relatam que, quando o conteúdo é altamente envolvente, existe o potencial de prestar atenção por períodos mais longos. E a melhor maneira de prender a atenção dos Millennials é utilizando recursos dos quais eles estão adaptados: plataformas digitais; gamificação; inteligência artificial; aprendizagem imersiva; simuladores digitais; softwares.

Em um futuro um pouco mais distante – apesar de já existirem alguns exemplos –, a Realidade Aumentada (RA) e a Realidade Virtual (RV) devem contribuir para uma educação cada vez mais imersiva. Mas o que merece atenção são algumas competências que vão além das habilidades técnicas.

Muitas escolas investem em bons materiais e professores, mas ainda assim o desempenho dos estudantes não melhora e eles estão cada vez mais desatentos, com dificuldades de concentração e desinteressados. Além disso, vimos que os problemas de relacionamento estavam escalando para além dos muros da escola, com casos de bullying e cyberbullying, prejudicando não só a aprendizagem, mas a retenção desses estudantes na instituição.

Com a missão de somar e transformar a cultura da escola, as relações familiares e outros contextos sociais, o programa de Educação Socioemocional da Academia Soul é alinhado com a BNCC e oferece práticas que ensinam os alunos a ter domínio da própria atenção e autoconsciência. Isso significa que eles vão adquirir a capacidade de, entre outras coisas, prestar atenção no que desejarem - como uma aula, uma palestra, um livro ou uma conversa – e vão aprender a ignorar distrações como conversas paralelas. Outro ponto importante é a aprendizagem de como identificar as próprias emoções e padrões de pensamentos, que afetam o bem-estar no dia a dia.

Ou seja, o equilíbrio emocional é fundamental. Precisamos ser educados para aprendermos a lidar com nossos próprios pensamentos e emoções, bem como com o próximo.

*Fernando Gabas é educador e fundador da Academia Soul.

Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube

VEJA TAMBÉM:

Acompanhe tudo sobre:Educaçãoqualidade-de-vidaInovaçãoEscolas

Mais de Bússola

Como a inteligência artificial está transformando treinamentos corporativos

Varejista investe em formação dos colaboradores com plataforma de conteúdo diversificado

Setor de energia elétrica avança na redução de passivo histórico

Rede social ESG aposta no Rio Innovation Week para ampliar sua presença