Entenda como aplicar soluções de inteligência artificial no campo
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Publicado em 17 de janeiro de 2025 às 10h00.
“A adoção de inteligência artificial no agronegócio não é mais uma questão de futuro, mas de presente. Os produtores que se preparam para essa transformação estão garantindo sua competitividade e sustentabilidade no mercado,” afirma Sergio Rocha, CEO da Agrotools, ecossistema de soluções digitais para o agronegócio.
A perspectiva de Rocha está ancorada em uma visão global: segundo o Markets and Markets, o mercado de inteligência artificial na agricultura tem projeção de atingir US$ 4,7 bilhões até 2028, apresentando uma taxa de crescimento anual composta de 23,1% entre 2023 e 2028.
Outro relatório que corrobora esse dado é o SXSW, que aponta que o agronegócio é uma das 20 indústrias que sentirão o impacto de IA, IA generativa e bioengenharia já no curto prazo.
Com desafios crescentes, como as mudanças climáticas, a necessidade de aumentar a produção de alimentos e a urgência por práticas sustentáveis, a inteligência artificial (IA) surge como uma ferramenta estratégica. Para os produtores, agtechs e empresas do ecossistema do setor, implementar IA pode ser a chave para otimizar processos e promover eficiência.
Para entender melhor como aplicar essas tecnologias no campo, Rocha elenca cinco passos. Confira:
Antes de adotar qualquer solução de IA, é fundamental que a propriedade rural possua uma infraestrutura digital adequada. Isso inclui conectividade de internet, dispositivos IoT e sistemas de monitoramento em tempo real.
Sem uma base digital robusta, as ferramentas de IA não conseguem operar de forma eficiente. “Investir em conectividade é o primeiro passo para garantir que as tecnologias avancem até o campo e tragam resultados, potencializando a integração de hardware e software, como sensores, drones, atuadores e maquinário inteligente, alimentando computação em nuvem e análises de big data”, destaca o CEO.
A IA depende de dados para funcionar. Portanto, é necessário implementar sensores, drones e outras ferramentas que coletem informações sobre o solo, clima, saúde das plantas e maquinário.
“Alguns sistemas são capazes de analisar grandes volumes de dados agrícolas, como padrões de clima, qualidade do solo e necessidades nutricionais, e esses dados são essenciais para fornecer insights valiosos no qual os produtores podem identificar padrões e antecipar problemas, como pragas ou deficiências nutricionais, otimizando o manejo, recursos naturais e insumos agrícolas”, complementa.
Com os dados coletados, a IA pode ser aplicada para auxiliar na tomada de decisão. Algoritmos inteligentes são capazes de sugerir o melhor momento para plantar, irrigar ou colher, aumentando a produtividade e reduzindo desperdícios. Também é possível prever condições climáticas e adaptar o planejamento agrícola.
“A IA permite que quem atua no agro tenha uma tomada de decisão mais assertiva, com resultados diretos, como aumento da produtividade e uso otimizado dos recursos, algo crucial no contexto de emergência climática e de um planeta com população crescente”, ressalta.
A integração da IA com tecnologias de blockchain permite rastrear toda a cadeia produtiva, garantindo transparência e segurança das informações.
“Isso é especialmente importante para certificações de qualidade e para atender às exigências do mercado internacional. Com blockchain, é possível monitorar a origem dos produtos, desde o plantio até a distribuição, agregando valor e credibilidade à produção”, explica.
Para facilitar a implementação de inteligência artificial no agronegócio, os produtores podem recorrer a serviços de AI-as-a-Service, que é a oferta de soluções, ferramentas, sistemas e softwares baseados em Inteligência Artificial no formato de serviços. Essas soluções oferecem tecnologias prontas para uso, eliminando a necessidade de grandes investimentos em desenvolvimento próprio. “A implementação dessas soluções representam a mudança de paradigma no avanço do campo, já que elimina as fronteiras entre o mundo físico e o virtual, através de dispositivos, máquinas e equipamentos com alto poder de processamento, que permite análise de dados e troca de informações sem a necessidade da presença física no território. A evolução do agro passa pela tecnologia, e a inteligência artificial é um dos pilares dessa mudança” conclui o CEO.
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