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Quatro motivos para se vacinar contra a gripe neste ano

Surto fora de época em todo o Brasil acende o alerta para a cobertura vacinal no país

Com o aumento de casos resultantes da nova cepa, é fundamental que a população esteja engajada com a campanha (Clodagh Kilcoyne/Reuters)

Com o aumento de casos resultantes da nova cepa, é fundamental que a população esteja engajada com a campanha (Clodagh Kilcoyne/Reuters)

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Publicado em 2 de fevereiro de 2022 às 18h02.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2022 às 18h51.

Enquanto ainda enfrentamos os desafios da pandemia de covid-19, outro vírus preocupa e atinge a população brasileira: influenza, mais conhecido como o causador da gripe. Os casos de H3N2, cepa do subtipo A da doença, têm aumentado em um período atípico para a circulação do vírus, em pleno verão.

“Esse aumento de casos de gripe gera outro fator preocupante, o de dupla contaminação por covid-19 e Influenza, chamado de Flurona, junção dos termos ‘flu’, de influenza, com ‘rona’ de coronavírus, o qual reacende o alerta da importância de manter os cuidados", afirma Sheila Homsani, diretora médica da Sanofi Pasteur.

Historicamente, a campanha nacional de vacinação contra a gripe tem início em meados de abril e a confirmação sobre a data de 2022 deverá ocorrer nos próximos meses pelo Ministério da Saúde. Com o aumento de casos resultantes da nova cepa, é fundamental que a população esteja engajada com a campanha. Vale destacar que, segundo informe técnico publicado em abril do ano passado pelo Ministério da Saúde, a cobertura vacinal para o público-alvo contra influenza caiu de 90% (2020) para 78% em 2021.

Crianças pequenas, por exemplo, podem se vacinar contra a gripe e, no atual cenário em que ainda não há vacina de covid aprovada para menores de cinco anos, a vacinação contra Influenza é ainda mais relevante.

Veja quatro motivos para se programar e aderir à campanha da gripe em 2022:

1. Gripe não é resfriado e pode ter consequências graves

A infecção pelo vírus influenza pode se tornar muito séria, principalmente entre crianças de zero a 3 anos e idosos, podendo causar calafrios, dor de garganta, dores musculares, dores de cabeça e, em alguns casos, podendo levar a óbito. Entre 290 mil e 650 mil pessoas morrem anualmente de Influenza no mundo. Além disso, a gripe pode aumentar significativamente o risco de ataque cardíaco e derrame em adultos.

2. Pacientes com doenças crônicas requerem atenção especial

A gripe também pode ser um gatilho para o agravamento de condições crônicas como doenças respiratórias, cardíacas e diabetes. A infecção pelo vírus influenza pode provocar complicações graves, hospitalização e óbito, mesmo em pacientes que estejam em tratamento adequado para suas condições.

3. Flexibilização das medidas restritivas e inverno trarão maior risco de contaminação

A gradual diminuição das medidas restritivas de distanciamento social e a chegada do inverno nos próximos meses, são fatores de risco que podem aumentar ainda mais a disseminação das doenças infecciosas, incluindo a covid-19 e a gripe.

“A chegada do inverno é marcada por temperaturas mais baixas e pelo tempo mais seco. Essa menor umidade no ar, causa um ressecamento das mucosas das vias aéreas e, com isso, nosso corpo fica mais suscetível ao ataque de agentes externos, como os vírus”, explica Sheila.

Com ambos os vírus circulando mais fortemente, covid-19 e influenza, é muito importante garantir a proteção para evitar idas ao pronto-socorro e possíveis internações em um momento que poderá demandar maior necessidade de leitos.

A boa notícia é que se cada vez mais jovens e crianças forem vacinados contra as patologias, mais será possível promover a proteção de pessoas do grupo de risco por meio da “imunidade de rebanho”, ou imunidade coletiva.

4. As vacinas trarão proteção contra a nova cepa H3N2 Darwin

“Com a pandemia de covid-19 já aprendemos que os vírus podem sofrer mutações e com o vírus da influenza não é diferente. A cepa H3N2 Darwin, do subtipo A, que vem causando esta epidemia de gripe, é um exemplo disso”, diz a médica. Por esse motivo, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que o reforço contra a gripe seja administrado anualmente, principalmente em crianças, idosos e pacientes crônicos.

Segundo Homsani, todos os anos, a composição da vacina contra influenza é atualizada conforme as diretrizes da Organização Mundial de Saúde e com base nos vírus da gripe que estão circulando. Por isso, para 2022, as vacinas contarão com a proteção contra a cepa que está deixando milhares de brasileiros doentes.

No Brasil, há dois tipos de vacina disponíveis, a vacina trivalente, que protege contra três tipos de vírus (duas cepas de vírus A e uma cepa de vírus B) e a quadrivalente, que protege contra quatro tipos de vírus (duas cepas de vírus A e duas cepas de vírus B).

“Precisamos retomar os altos índices de vacinação em 2022 para que a influenza não seja novamente um problema tão sério como tem sido desde o final do ano passado”, afirma Sheila.

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