Empresas que não valorizam profissionais LGBTQIAPN+ perdem benefícios como lealdade do consumidor e retenção de talentos (FG Trade/Getty Images)
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Publicado em 25 de junho de 2025 às 13h00.
Cerca de 7 em cada 10 consumidores LGBTQIAPN+ preferem marcas que os representem ou que se importam com diversidade e inclusão. São muitos os benefícios para as empresas que realizam ações para este público, mas ele enxerga de longe casos de rainbow-washing.
Para quem não conhece o termo, ele é similar ao greenwashing. A “lavagem arco-íris”, no entanto, tem um período do ano onde fica facilmente visível: o Mês do Orgulho.
Ações verdadeiramente transformadoras são feitas durante o ano todo, não somente nos 30 dias em que celebramos a população LGBTQIAPN+.
Para as empresas que não querem cair no rainbow-washing, separamos quatro ações contínuas, com exemplos das empresas brasileiras que as realizam.
A maioria das empresas aposta no conhecimento como ferramenta de transformação. A Sylvamo promove palestras, rodas de conversa e treinamentos guiados por seu Grupo de Inclusão e Diversidade LGBTQIA+, com foco em letramento e empatia.
A Alelo adota uma agenda de comunicação interna sobre temas como racismo e diversidade sexual, com atuação de grupos de afinidade como o Pertencer.
O Grupo SBF inclui rodas de conversa em ações do Mês do Orgulho e promove guias práticos para letramento em suas lojas.
A Espaçolaser, por meio do programa PLURAL, realiza encontros sobre saúde emocional, visibilidade trans, entre outros temas da agenda de diversidade e inclusão. Em 2024, mais de 380 participações foram contabilizadas neste sentido.
Por fim, o Grupo Casas Bahia já formou mais de 900 líderes em workshops de diversidade, com temas como combate à LGBTfobia, racismo, machismo e capacitismo. Mais de 30 mil colaboradores da empresa concluíram o curso de Diversidade, Equidade e Inclusão, obrigatório para todas as equipes.
Aqui, o efeito das ações da companhia é direto e de alto valor. Por meio de uma parceria com a Universidade do Laser, centro de treinamento técnico da Espaçolaser voltado à formação de especialistas, a empresa disponibiliza sessões gratuitas de depilação a mulheres trans e travestis em situação de vulnerabilidade, resgatando autoestima e promovendo inclusão em parceria com ONGs.
O Grupo SBF realiza eventos como aulas de dança para mulheres trans acolhidas pela Casa Florescer e oferece assistência jurídica gratuita para a retificação de nome civil com o programa TransIdentidade, agora um benefício corporativo.
A TIM oferece consultoria jurídica e financeira para temas LGBTI+ como parte do Programa de Orientação e Apoio Pessoal. A operadora também garante assistência jurídica gratuita para casos de LGBTI+fobia no ambiente de trabalho; e licença remunerada para pessoas LGBTI+ vítimas de discriminação ou que tenham filhos ou filhas vítimas de LGBTI+fobia.
Empresas que valorizam seus profissionais LGBTQIAPN+ tem melhor retenção de talentos. A BAT aborda a proposta oferecendo benefícios como terapia hormonal, licença parental para uniões homoafetivas e apoio à regularização do nome social.
A Alelo implementa cláusulas de D&I em seus contratos, abre vagas afirmativas em programas de estágio e mensura a diversidade nos quadros com indicadores claros – 11,5% dos colaboradores se identificam como LGBTQI+.
E falando em vagas inclusivas, empresas como o Grupo Casas Bahia ampliam ações de inclusão promovendo campanhas para contratação de pessoas LGBTQIAPN+ . No grupo, mais de 200 vagas estão abertas como parte da campanha ‘O Orgulho Mora Aqui’. Há priorização dos currículos de pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ em todas as vagas abertas na empresa.
A iniciativa integra o programa Cadeiras do Orgulho, que acontece de forma contínua ao longo do ano. Criado em 2022, ele é voltado para a promoção da empregabilidade LGBTQIAPN+, e visa enfrentar desigualdades históricas no acesso ao mercado de trabalho.
Mirando o mesmo objetivo, a TIM promove projetos como o patrocínio, pelo quinto ano consecutivo, da Feira Diversa, evento voltado à empregabilidade de pessoas. Ele acontece no próximo dia 14, em São Paulo. A operadora mantém ainda o banco de currículos de profissionais da comunidade para vagas na empresa, estimulando a contratação inclusiva em diferentes áreas.
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