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31% dos trabalhadores do varejo estão expostos a altos riscos psicossociais, aponta pesquisa

Levantamento da Alper Seguros acende alerta sobre a necessidade de aplicação da nova regra que coloca a saúde mental dos trabalhadores em foco. Empresas têm até maio de 2025 para se adaptarem à NR-1

Fatores como alta pressão por resultados, longas jornadas, instabilidade econômica do setor e baixo suporte organizacional estão diretamente relacionados a baixa qualidade de saúde mental dos empregados (Freepik/Freepik)

Fatores como alta pressão por resultados, longas jornadas, instabilidade econômica do setor e baixo suporte organizacional estão diretamente relacionados a baixa qualidade de saúde mental dos empregados (Freepik/Freepik)

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Publicado em 21 de março de 2025 às 07h00.

O Brasil subiu oito posições no relatório anual sobre felicidade elaborado com apoio da ONU, chegando na 36ª posição. Apesar da notícia animadora, as questões de saúde mental no trabalho continuam uma pauta séria para o país. 

31% dos trabalhadores do varejo estão em alto risco, podendo apresentar tendências suicidas. 46% apresentam possível sofrimento psicológico e apenas 17% estão mentalmente saudáveis. 

As informações, de levantamento da corretora Alper Seguros, acendem sinal amarelo para o setor responsável por cerca de 20% do PIB. 

Para as empresas do varejo, é imprescindível a conformidade com a Norma Regulamentadora Nº1 (NR-1), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

A norma foi atualizada em agosto do ano passado para incluir, pela primeira vez, os riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) ocupacionais. 

  • O prazo para a conformidade com os novos termos termina em maio deste ano

O que é necessário para estar em conformidade com a NR-1?

Com a nova regulamentação, as organizações precisarão implementar um PGR que inclua também os fatores psicossociais. Na prática, isso significa que deverão elaborar:

1. Inventário de Riscos: 

Levantamento detalhado dos fatores de risco, considerando elementos como carga de trabalho, relações interpessoais e suporte organizacional.

2. Plano de Ação: 

Estratégias para reduzir ou eliminar os riscos identificados, com medidas como adequação da jornada, implementação de canais de denúncia e treinamento de gestores.

3. Monitoramento Contínuo: 

Acompanhamento periódico das ações adotadas.

4. Registro de Ocorrências: 

Documentação de todos os incidentes relacionados a riscos psicossociais, incluindo assédio moral e sexual.

Mas não é apenas o varejo que precisa cuidar desta questão

Utilizando o Questionário de Saúde Mental SQR-20, a pesquisa da Alper Seguros avaliou sete setores da economia.

  • 8% dos funcionários da Saúde apresentam ideação suicida
  • 12% dos trabalhadores do Comércio vivem em risco e 38% têm pontos de atenção

"Identificamos que certos segmentos empresariais apresentam maior vulnerabilidade e índices acima da média. Fatores como alta pressão por resultados, longas jornadas, instabilidade econômica do setor e baixo suporte organizacional estão diretamente relacionados a esse quadro", afirma Paula Gallo, diretora de Gestão de Riscos e Saúde da Alper Seguros.

A pesquisa da empresa é parte do programa “Trilha da Mente” e das soluções desenvolvidas para o serviço de consultoria para conformidade com a NR-1, foco atual da Alper Seguros.

Mas nem todos os sete setores apresentaram dados preocupantes

54% na Indústria não enfrentam qualquer problema com saúde mental. Apenas 7% deles demonstraram estar em alto risco. 

Entre os trabalhadores de Concessionárias, apenas 5% precisam de ajuda psicológica imediata, enquanto 35% necessitam de algum acompanhamento e 30% estão saudáveis.

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