Ricardo Mussa, CEO da Raízen (Divulgação/Divulgação)
Bússola
Publicado em 2 de junho de 2022 às 13h20.
Última atualização em 2 de junho de 2022 às 13h48.
1. A Raízen diz que quer redefinir a energia do futuro. Como pretende fazer isso?
Ricardo Mussa: A Raízen acredita que a energia do futuro é parte fundamental de sua atuação e investe continuamente em fontes limpas e renováveis. Nós já estamos trabalhando nesta redefinição, com etanol de primeira e segunda geração (E2G), biomassa, biogás, biometano e energia solar. Os quatro primeiros vêm da cana-de-açúcar, que é a planta com o maior potencial energético que existe, uma planta solar por natureza. Absolutamente tudo é aproveitado para a geração de energia.
A Raízen completou dez anos em junho do ano passado e ao longo dessa trajetória se consolidou como o maior player verticalizado e integrado do mundo e uma referência global em bioenergia. Chegamos a este patamar por meio de um modelo de atuação único, com a certeza de que podemos contribuir de forma efetiva para a transição energética que o mundo almeja. Hoje podemos expandir nossa atuação para os mais diversos mercados, atuando com protagonismo a partir de um amplo portfólio de renováveis que certamente redefinirão o futuro da energia.
2. Isso significa que a empresa pode contribuir para a redução da pegada de carbono globalmente?
Ricardo Mussa: Sim, nossa tecnologia é exportável e possível de ser replicada em diferentes mercados. Nosso etanol de cana-de-açúcar já é reconhecido globalmente como uma opção viável para uma economia de baixo carbono, pois é o biocombustível com menor pegada de carbono do mundo, emitindo 93% menos de gases de efeitos estufa que a gasolina. Nós hoje já estamos onde muitas empresas querem estar em 2050. Somente em 2020 evitamos a emissão de 5,3 milhões de toneladas de CO2, e até 2030 vamos dobrar este número.
Repactuamos nossos compromissos e pretendemos dobrar de 10% para 20% a redução da pegada de carbono do etanol até 2030, nos escopos 1 e 2. E no escopo 3 vamos reduzir em 10% a intensidade de carbono no uso do produto. Queremos aumentar em 80% a produção de energia renovável até essa data.
Na mesma esteira do etanol, já produzimos o etanol de segunda geração (E2G), feito dos subprodutos do processo industrial e que tem pegada de carbono 30% menor do que a média do produto de primeira geração. Outra opção é exportar biomassa em pellets, o que pode substituir o carvão em grandes mercados consumidores de energia espalhados pelo mundo. Sem falar que o uso do biogás e do biometano no nosso setor produtivo reduzirá substancialmente a pegada de carbono mundo afora de importadores de produtos ou commodities do Brasil. Tudo isso atende diretamente o nosso compromisso de produzir hoje a energia do futuro.
3. O que vocês fazem para aliar a inovação à agenda ESG da companhia?
Ricardo Mussa: Atuamos por meio de um ecossistema integrado, aplicando tecnologias avançadas que nos permitem, por exemplo, aumentar a eficiência no campo e reduzir o consumo de combustível do maquinário. São mais de 800 mil hectares de terras mapeados e digitalizados por drones, e mais de 4 mil equipamentos agrícolas equipados com computador de bordo. Temos um hub de inovação, o Pulse, que nos conecta a diferentes startups. Elas contribuem com projetos e insights para otimizar nossa atuação com processos cada vez mais sustentáveis, dentro do nosso objetivo de abastecer toda uma economia por meio de biocombustíveis e bioenergias avançadas.
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