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3 perguntas de ESG para Olivia Gryschek, da Hotmart

Diretora de Recursos Humanos da gigante global da Creator Economy fala de investimentos que geram impacto social na criação de produtos digitais

Primeira turma do Hotmart Decola, projeto de ESG da Hotmart, no escritório da empresa, em Belo Horizonte  (Hotmart/Divulgação)

Primeira turma do Hotmart Decola, projeto de ESG da Hotmart, no escritório da empresa, em Belo Horizonte (Hotmart/Divulgação)

Renato Krausz
Renato Krausz

Sócio-diretor da Loures Consultoria - Colunista Bússola

Publicado em 15 de junho de 2023 às 09h00.

Última atualização em 6 de novembro de 2023 às 17h42.

1) Como a Hotmart está alinhando a produção de conteúdo à geração de impacto socioambiental positivo?

Olivia Gryschek: A Hotmart possui uma estratégia de ESG alinhada ao negócio e voltada para a geração de impacto socioambiental positivo. Para isso, fomentamos iniciativas que envolvam os principais stakeholders do ecossistema da Creator Economy: criadores de conteúdo, profissionais que prestam serviço para os criadores e, claro, toda a empresa. Um exemplo é o Hotmart One, programa que existe há cinco anos e, por meio da nossa plataforma, de forma rápida e segura, oferece aos criadores de conteúdo a possibilidade de exercer responsabilidade social sempre que ele cadastrar um produto digital para comercialização. Os clientes (criadores) escolhem destinar de 1 a 10% do valor de venda de seus produtos para uma das 12 instituições sociais apoiadas.

Além de também contribuir para as instituições via Hotmart One, a Hotmart disponibiliza a tecnologia da plataforma para fazer o recurso chegar diretamente às instituições e a iniciativas de diferentes causas, como educação, moradia, segurança alimentar e cuidado animal, entre outras. O time de ESG faz o acompanhamento das iniciativas com as instituições e realiza a divulgação dos resultados. Anualmente, aproveitamos para reconhecer os criadores que se destacam nas doações às instituições e, sem dúvida, o Hotmart One é um programa que nos dá muito orgulho em promover.

Outro exemplo que acabamos de lançar é o Hotmart Decola. Um projeto que vai ao encontro das premissas de atuação social da Hotmart, que priorizam as iniciativas voltadas para a educação, empreendedorismo e tecnologia. Desenvolvido com o Observatório das Favelas, o Decola é um projeto de educação para a capacitação de jovens nas profissões ligadas à Creator Economy e está sendo desenvolvido em parceria com a cadeia de fornecedores, que inclui agências e profissionais que prestam serviço aos criadores de conteúdo. Na sua primeira edição, estamos recebendo jovens de 18 a 28 anos de periferias de Belo Horizonte (MG).

2) Como exatamente é esse curso com o Observatório de Favelas?

Olivia Gryschek: A Creator Economy é um dos mercados que mais crescem, e deve praticamente dobrar de tamanho nos próximos cinco anos, segundo um estudo do Goldman Sachs. Com esse crescimento, surgem também muitas oportunidades de trabalho em profissões digitais. Nesse sentido, a Hotmart, como referência nesta economia, pode compartilhar todo o conhecimento interno e dos nossos criadores de conteúdo e parceiros. Isso nos direcionou para o objetivo do Decola, de capacitar esses jovens para que possam ingressar nesse universo como uma fonte de trabalho e renda.

Realizamos um processo de concorrência para selecionar a instituição social que nos apoiaria no desenvolvimento do Hotmart Decola. O Observatório de Favelas foi escolhido em um processo criterioso por ser uma instituição com expertise em educação, pesquisa e atuação junto ao público jovem e periférico. Para garantir a presença territorial nas comunidades de Belo Horizonte, cidade escolhida para a seleção dos jovens da primeira edição do Decola, o Observatório de Favelas contou com o apoio da JNP (Juventude Negra Política), instituição que também atua em BH.

A primeira edição do projeto teve início em 23 de maio e vai até 8 de agosto, em formato online (ao vivo e gravado) e encontros presenciais no escritório da Hotmart em Belo Horizonte. Semanalmente, os jovens têm acesso a conteúdos divididos em eixos temáticos: copywriting, estratégia de lançamento, gestão de tráfego e videomaking (criação e edição de vídeos). Além disso, os jovens têm acesso a um módulo de formação cidadã, conduzido pelo Observatório de Favelas. Ao final da jornada também estão previstas sessões de mentoria com foco nos projetos desenvolvidos pela turma.

Dentre os diferenciais do Hotmart Decola está a oportunidade de aprender com profissionais que estão no mercado e, também, se inspirar em suas histórias de vida. Até o momento, os jovens já tiveram aulas com João Pedro Resende (CEO e co-fundador da Hotmart), Marina Camelo e Matheus Carmo (co-fundadores da agência Great), e Anna Cabulosa (estrategista digital). Ainda vamos receber Bárbara Bruna (referência em tráfego pago), Micha Menezes (referência em produtos perpétuos), Gabi Salles (referência em lançamentos), Ramon Campos (referência em criação de conteúdo e produção de vídeos), Rafael Albertoni (referência em copywriting) e muitos outros.

A primeira edição do Hotmart Decola vai até agosto e, para o encerramento, está prevista uma banca de apresentação dos projetos desenvolvidos pelos jovens, com a presença dos professores e convidados da Creator Economy. Acreditamos que, além de contribuir por meio de recursos e oportunidades, a parceria da Hotmart com o Observatório de Favelas, assim como a mentoria que temos com a instituição Força Meninas, amplia o nosso entendimento sobre o potencial da Creator Economy para a futuro do trabalho e para a geração de impacto social positivo.

3) A Força Meninas tem uma interessante pesquisa sobre meninas nas áreas de ciências. Quais são os principais achados? E como é essa mentoria?

Olivia Gryschek: A Força Meninas é uma instituição apoiada pela Hotmart via lei de incentivo à cultura. O projeto que apoiamos está voltado para a produção de um documentário (previsto para 2024), com base na pesquisa  “Meninas brasileiras e a inserção em STEM”.

De acordo com pesquisa realizada pela Força Meninas, mais de 57% das crianças dizem não conhecer nenhuma mulher que trabalha nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática. O levantamento contou com respostas de mais de 1,4 mil estudantes de escolas públicas e privadas do país e mostrou que meninas ainda não vêem as ciências exatas como uma área para elas.

A ideia da mentoria surgiu, então, no contexto do programa de voluntariado da Hotmart. Após a apresentação dos resultados da pesquisa, em parceria com a equipe do Força Meninas, desenhamos um projeto que conecta as jovens apoiadas pela instituição a profissionais da Hotmart. Nas sessões, as meninas compartilham detalhes de seus projetos (reconhecidos pelo prêmio “Mude o mundo como uma menina”) e, juntos, mentores e mentoradas desenvolvem planos de ação voltados para a sustentabilidade das iniciativas das jovens.

Ainda temos algumas sessões pela frente e os retornos das jovens e, sobretudo, dos voluntários têm sido empolgantes. Uma experiência rica não só pelo encontro de gerações, mas também pela troca de aprendizados e conexão.

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