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Três perguntas de ESG para Fabio Carrara, da Solfácil

CEO da fintech que financia projetos de energia solar para residências e empresas espera movimentar R$ 1 bilhão para novas instalações de placas em 2021

A geração distribuída de energia solar será protagonista em investimentos ESG nos próximos anos, segundo Fábio Carrara (/Amanda Perobelli/Reuters)

A geração distribuída de energia solar será protagonista em investimentos ESG nos próximos anos, segundo Fábio Carrara (/Amanda Perobelli/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2021 às 13h41.

Última atualização em 22 de abril de 2021 às 14h09.

Como a Solfácil vê o crescimento da energia limpa no Brasil e o que ainda há pela frente?

A geração distribuída de energia solar será protagonista em investimentos ESG nos próximos anos. O impacto é positivo no aspecto ambiental, por ser uma energia limpa, e no social, já que contribui para a redução de despesas com energia para o consumidor final. A energia solar também possui enorme potencial de alavancar a economia para recuperação brasileira.

Na crise de 2015 e 2016, o PIB foi de -3,5% ao ano, mas o setor solar fotovoltaico cresceu mais de 300% ao ano. Em 2020, o crescimento foi de 90% em relação ao ano anterior, mesmo com a pandemia. A fonte solar distribuída deve movimentar investimentos de até 70 bilhões de reais em dez anos, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e atingir 24,5 GW em 2030.

Nesse contexto, o crédito tem papel essencial para o crescimento do setor de geração distribuída. Por isso fundamos a Solfácil, em 2018, com o propósito de financiar a energia solar, sobretudo para residências. Permitimos que as pessoas possam acessar geração distribuída sem desembolso nenhum, com financiamento de forma digital e com ganho imediato, pois a parcela do financiamento é menor que a economia de energia.

Depois de movimentar 100 milhões de reais em financiamentos residenciais, qual foi a adesão da linha para empresas lançada recentemente?

Até o momento, movimentamos 20 milhões dereais em instalações para 200 estabelecimentos pelo Brasil e, ainda em 2021, esperamos conceder mais de 300 milhões para novas PMEs conquistarem sua independência energética por meio dos prazos de financiamento mais longos do mercado, de até 120 meses, e taxas de juro acessíveis, de 1%.

Com financiamento acessível, acreditamos que ainda mais empresários de todos os setores e tamanhos reconhecerão os benefícios da energia solar. E o financiamento é o caminho mais utilizado por pessoas jurídicas: segundo dados da consultoria Greener, em 2018, 40% das empresas instaladoras optaram pelo financiamento como principal forma de pagamento de sistemas de energia solar, ante 17% em 2017.

Em 2019, 81% das empresas efetuaram pelo menos uma operação de venda por meio de financiamento bancário. O crédito solar é um crédito com propósito, que tem o reconhecimento do mercado de capitais e da sociedade.

A Solfácil lançou o primeiro FIDC (fundo de direitos creditórios) verde do Brasil. Qual o objetivo dele?

Apesar de ter um negócio que agrada os investidores com abordagem ESG, até então a Solfácil só havia captado recursos por meio de instrumentos de dívida tradicionais. No começo de 2020, lançamos uma debênture de 120 milhões de reais, que acabou indo parar na carteira dos primeiros fundos de crédito com pegada socioambiental.

Então resolvemos partir para uma captação maior e buscamos a certificação verde, cujo selo foi concedido pela consultoria Sitawi. Nosso objetivo com o fundo é chegar a 1 bilhão de reais de projetos fotovoltaicos financiados em 2021.

*Renato Krausz é sócio-diretor da Loures Comunicação

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