Saiba a importância do conceito (DragonImages/Getty Images)
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Publicado em 26 de novembro de 2024 às 10h00.
Última atualização em 26 de novembro de 2024 às 11h51.
Por Renato Batista, CEO da Netglobe Cyber Security
A Indústria 4.0, caracterizada pela produção descentralizada de itens personalizados em massa, é baseada em tecnologias avançadas como Big Data e Analytics, Inteligência Artificial, Cloud Computing e Internet das Coisas. Esta última permite que o maquinário e sistemas industriais operem conectados, e muitas vezes, sem intervenção humana direta. São as OT (tecnologias operacionais), baseadas no uso de softwares e hardwares para o controle de equipamentos industriais.
Uma indústria, por exemplo, pode operar uma planta a milhares de quilômetros de distância e otimizar um mesmo tipo de item para mercados ou grupos de consumidores diferentes.
Toda essa conectividade, no entanto, deve contar com medidas elevadas de cibersegurança. A transição de sistemas isolados para sistemas interligados, juntamente com a ascensão da Internet e da computação em nuvem, aumentaram os desafios de segurança cibernética para as organizações industriais – especialmente porque diferentes organizações nem sempre colocam a mesma ênfase no investimento em segurança cibernética. O aumento da troca de dados ao longo de toda a cadeia de abastecimento apenas amplifica esses riscos.
Nesse contexto, um fato – que é bem conhecido pelos cibercriminosos – é que indústrias ficam frequentemente para trás em termos de investimentos em resiliência cibernética, em razão dos altos custos necessários para redesenhar as linhas de produção. Mas essa mentalidade começa a mudar, principalmente pelo fato de que os custos dos ataques digitais ao setor industrial aumentam 125% todos os anos. E eles são já considerados por esses setores como o terceiro maior risco externo. Assim, vamos refletir sobre alguns pontos importantes para as indústrias nesse contexto.
O Centro de Cibersegurança e o Centro de Manufatura Avançada e Cadeias de Abastecimento do Fórum Econômico Mundial criaram recentemente o manual “Construindo uma Cultura de Resiliência Cibernética na Manufatura”, que descreve três princípios de resiliência cibernética para as indústrias. São eles:
Este princípio está relacionado à necessidade de mudança de cultura corporativa, o que passa por entender a importância de garantir orçamento para a contratação de tecnologias e realização de treinamentos contínuos. O objetivo é promover a conscientização de funcionários de todos os setores da empresa.
Este passo consiste na integração da resiliência cibernética descrita no primeiro princípio em todos os processos e sistemas da empresa, incluindo o desenvolvimento de tecnologias e novos produtos.
O desenvolvimento de resiliência cibernética não deve se restringir apenas à própria empresa. Parceiros e clientes devem ser estimulados a seguir os mesmos passos. Uma abordagem de ecossistema incentiva todas as partes envolvidas em uma rede de negócios a colaborar para resolver problemas relacionados a crimes cibernéticos.
Esses três princípios estão interligados e necessitam um do outro para que deem os melhores resultados possíveis. Quando colocados em prática em conjunto, são aplicáveis a qualquer indústria de manufatura. E com o avanço da digitalização, sua importância cresce a cada dia, ajudando a indústria a navegar no crescente cenário de ameaças cibernéticas com mais eficiência.
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