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Youssef repassava valores a empreiteiras, diz empresário

Segundo sócio da Sanko-Sider, o pagamento foi feito porque Alberto Youssef intermediou negócios da empresa com construtoras


	CPI da Petrobras: segundo sócio da Sanko, a empresa fechou 12 negócios a partir de contatos de Youseff
 (Pedro França/Agência Senado)

CPI da Petrobras: segundo sócio da Sanko, a empresa fechou 12 negócios a partir de contatos de Youseff (Pedro França/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2014 às 15h06.

Brasília - O sócio da Sanko-Sider, Márcio Andrade Bonilho, admitiu nesta quinta-feira, 27, durante depoimento a CPI Mista da Petrobras, que pagou R$ 33 milhões em comissão ao doleiro Alberto Youssef.

Segundo ele, o pagamento foi feito porque Youssef intermediou negócios da empresa com construtoras.

Bonilho confirmou também que sabia que o doleiro havia repassado parte do dinheiro a dois executivos da construtora Camargo Corrêa.

Ele, no entanto, negou irregularidades nas transações.

O empresário afirmou que contratou Youssef porque ele tinha um "bom tráfego" entre as empreiteiras, mas que veio a saber somente depois que se tratava de um doleiro.

"Eu não entrei no Google para checar o nome dele", disse.

Segundo seu relato, um amigo mostrou um vídeo de um programa de TV sobre Youssef e ele resolveu consultar seus advogados para saber que procedimentos adotar para fazer todas as transações legalmente.

Bonilho disse ainda que, orientado então por seus advogados, sempre exigiu de Youssef notas fiscais pelos serviços, mas reconheceu que depositou valores diretamente nas contas das empresas do doleiro, como MO e GFD, consideradas de fachada pela Polícia Federal.

Segundo Bonilho, a Sanko fechou 12 negócios a partir dos contatos do doleiro e pagava a ele comissões que variavam 3% e 15% da margem de lucro.

O principal deles foi o do consórcio CNCC, liderado pela Camargo Corrêa, para a obra da refinaria de Abreu e Lima. Só nesse contrato, a Sanko-Sider recebeu R$ 198 milhões.

Bonilho é investigado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, por suspeita de participação no esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propina chefiado por Youssef.

O depoimento não convenceu os parlamentares da oposição que acompanharam a sessão da CPI.

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) acusou o empresário de mentir ao dizer que não sabia quem era Youssef e aconselhou Bonilho a fazer um acordo de delação premiada com a Justiça: "Seria muito bom se o senhor viesse a esta CPMI e falasse a verdade. O senhor tentou, aqui, nos enrolar, nos enganar e está usando da mentira", disse.

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