Brasil

Youssef nega envio de dinheiro a Anastasia e Eduardo Cunha

Alberto Youssef encaminhou petição para negar que tenha ordenado envio de dinheiro para o senador Antônio Anastasia e o deputado federal Eduardo Cunha


	Agentes da Polícia Federal durante a sétima fase da Operação Lava Jato, em São Paulo
 (Nacho Doce/Reuters)

Agentes da Polícia Federal durante a sétima fase da Operação Lava Jato, em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2015 às 19h41.

Brasília - O doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, encaminhou hoje (13) à Justiça Federal, em Curitiba, petição para negar que tenha ordenado o envio de dinheiro para o senador eleito Antônio Anastasia (PMDB-MG) e o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

De acordo com reportagens divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo no início deste mês, Anastasia e Cunha teriam recebido dinheiro do doleiro, que, em depoimento de delação premiada, firmado com o Ministério Público Federal (MPF), apontou nomes de parlamentares que receberam dinheiro oriundo do esquema de corrupção investigado na Lava Jato.

No documento, os advogados afirmam que o doleiro está à disposição da Justiça para as providências cabíveis contra a falsa imputação.

"Alberto Youssef rechaça alusão ao seu nome, como pretenso mandante de qualquer entrega a Anastasia, negando terminantemente a inverídica notícia propalada na imprensa. O mesmo diga com relação a Eduardo Cunha, com quem Youssef nunca teve qualquer relação, ao contrário do que restou ventilado pela imprensa", disse a defesa.

Os advogados também afirmaram que os vazamentos à imprensa têm objetivo de prejudicar o doleiro.

"Divulgações mentirosas têm o objetivo subalterno de tumultuar o processo ou mesmo criar fatos que possam beneficiar terceiros interessados com eventual nulidade da colaboração. Especulações maliciosas não passam de um estratagema para desacreditar a colaboração e tentar colocar um colaborador contra o outro." acrecentaram os advogados.

A acusação contra Antônio Anastasia foi feita por um investigado na Lava Jato, que afirmou ter entregue R$ 1 milhão ao ex-governador. De acordo com reportagem divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo, no dia 8 de janeiro, o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho afirmou, em depoimento na Polícia Federal, que foi enviado a Belo Horizonte para entregar dinheiro a pedido de Youssef.

Segundo o agente, a entrega foi feita em uma casa da capital mineira, em 2010, a uma pessoa que não se identificou. De acordo com o policial, o doleiro disse que a entrega era para o então governador.

Em nota divulgada após a publicação da reportagem, Anastasia disse que nunca se encontrou com o policial e que não conhece Alberto Youssef. "Em primeiro lugar, registro que não conheço este cidadão, nunca estive ou falei com ele. Da mesma forma, não conheço, nunca estive ou falei com o doleiro Alberto Youssef. Em 2010, já como governador de Minas Gerais, não tinha qualquer relação com a Petrobras, que não tinha obras no estado, ademais do fato de eu ser governador de oposição ao governo federal", declarou.

No caso de Eduardo Cunha, outra reportagem do jornal afirmou que o deputado federal foi citado por Youssef em depoimento de delação premiada. Cunha negou ter relações com o doleiro, e disse que a denúncia é uma forma de invibilizar sua candidatura à presidência da Câmara dos Deputados.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoDoleirosEscândalosFraudesOperação Lava JatoPolícia FederalPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas