Brasil

X é liberado no Brasil após pagamento de multa, decide Alexandre de Moraes

Plataforma havia sido barrada em 30 de agosto por descumprir decisões da Justiça brasileira

A rede social X; controlada pelo bilionário Elon Musk. (Nathan Stirk/Getty Images)

A rede social X; controlada pelo bilionário Elon Musk. (Nathan Stirk/Getty Images)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 8 de outubro de 2024 às 17h17.

Última atualização em 8 de outubro de 2024 às 17h28.

A rede social X, ex-Twitter, foi autorizada a voltar a operar no Brasil, após pagar multa de R$ 28,6 milhões, decidiu o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), nesta terça, 8.

"Decreto o término da suspensão e autorizo o imediato retorno das atividades do x Brasil internet ltda. em território nacional e determino à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) que adote as providências necessárias para efetivação da medida, comunicando-se esta Suprema Corte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas", escreveu o ministro.

O X havia sido proibido em 30 de agosto, por ter se recusado a cumprir determinações da Justiça brasileira, como a de ter um representante legal no Brasil.

Para voltar a operar, o X nomeou novamente um representante legal no país e bloqueou os perfis de nove pessoas sob investigação.

A volta do acesso não é automática, pois é preciso algum tempo para que as operadoras sejam notificadas e liberem o acesso, hoje bloqueado.

O X é uma das maiores redes sociais do mundo, e tem mais de 600 milhões de usuários mensais, segundo a empresa. Foi criado em 2006, como Twitter, e teve o nome trocado para X em julho de 2023, após ser comprada pelo empresário Elon Musk.

O histórico das multas ao X

O conflito entre Musk, dono do X, e o Supremo Tribunal Federal (STF) teve início em agosto, quando a rede social anunciou que não cumpriria decisões do tribunal, incluindo a nomeação de um representante legal no Brasil, e ameaçou encerrar suas operações no país.

Essa atitude levou o ministro Alexandre de Moraes a ordenar o bloqueio da rede social até que as determinações fossem respeitadas. Em 30 de agosto, após a plataforma não ter nomeado um representante dentro do prazo estipulado, Moraes determinou a suspensão do X no Brasil.

No mesmo mês, Moraes também bloqueou R$ 18,3 milhões das contas do X e da Starlink, outra empresa de Musk, como parte das sanções pelo descumprimento das ordens judiciais.

Em setembro, o X foi multado em mais R$ 10 milhões por uma suposta manobra para burlar o bloqueio imposto pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

A plataforma havia atualizado seu sistema, permitindo que os usuários acessassem o serviço. Além disso, Moraes determinou uma multa de R$ 300 mil à representante legal do X no Brasil por desobediência judicial.

Pagamento em conta errada

Em setembro, o X aceitou seguir as determinações da Justiça brasileira e pagar os valores devidos. No entanto, o pagamento da multa de 28,6 milhões de reais foi feito em uma conta errada.

A empresa havia feito o depósito em uma conta da Caixa, mas os recursos deveriam ser transferidos para uma conta do Banco do Brasil, indicada pelo STF. Advogados da rede social alegam que o Supremo não especificou qual conta deveria receber o pagamento. O dinheiro foi transferido para a conta correta na noite de segunda, 7, o que abriu caminho para a liberação.

Acompanhe tudo sobre:Supremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Não é só Bolsonaro: 13,5% das prisões do Brasil são domiciliares com uso de tornozeleira eletrônica

Quais são as 10 cidades mais violentas do Brasil? Veja ranking

Quais são as 10 estados mais violentos do Brasil? Veja ranking

'Se ele estiver trucando, vai tomar um seis', diz Lula sobre tarifa de Trump