Brasil

WTorre nega participação em irregularidades com a Petrobras

O ex-gerente de Serviços da Petrobras afirmou em delação ter recebido entre R$ 400 mil e R$ 600 mil da Wtorre em troca de "bom relacionamento" na estatal


	Sede da WTorre, na capital paulista: o ex-gerente de Serviços da Petrobras afirmou em delação ter recebido entre R$ 400 mil e R$ 600 mil da Wtorre em troca de "bom relacionamento" na estatal
 (Fernando Moraes/Veja)

Sede da WTorre, na capital paulista: o ex-gerente de Serviços da Petrobras afirmou em delação ter recebido entre R$ 400 mil e R$ 600 mil da Wtorre em troca de "bom relacionamento" na estatal (Fernando Moraes/Veja)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2015 às 13h16.

Brasília - O presidente da WTorre, Walter Torre Junior, disse nesta quinta-feira, 17, em depoimento à CPI da Petrobras, que a construtora nunca realizou obras públicas e nem recebeu dinheiro público.

Ele detalhou aos parlamentares que a companhia tem dois contratos com a Petrobras, para aluguel de edifícios, e negou a participação em irregularidades em negócios com a estatal.

"Temos 116 inquilinos entre as maiores empresas que atuam no País, sendo 105 multinacionais e sempre foi um sonho ter a Petrobras como uma de nossas inquilinas", afirmou Torre.

Em 2010, a WTorre fechou um contrato para aluguel de um edifício de escritórios para a estatal no Rio de Janeiro. Agora, a construtora participa de um fundo que construirá e alugará outro edifício para a BR Distribuidora, em Rondonópolis (MT).

O ex-gerente de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, afirmou em delação ter recebido entre R$ 400 mil e R$ 600 mil da Wtorre em troca de "bom relacionamento" na estatal.

Torre, porém, negou ter havido irregularidades nos contratos do estaleiro Rio Grande, do qual a companhia participou, citado por delatores no âmbito da Operação Lava Jato.

Na época presidente do Conselho de Administração da Petrobras, a presidente Dilma Rousseff assinou como testemunha o contrato de aluguel da Petrobras com estaleiro.

"Nossa empresa é contrária a qualquer tipo de irregularidade. A WTorre tem uma característica meramente imobiliária, ou seja, construímos edifícios para aluguel. Nesse caso, a Rio Bravo - que recebia da Petrobras - fez uma licitação privada de um propriedade. Esse ativo, um dique para a construção de plataformas, foi a nossa participação", afirmou, lembrando que essa propriedade já foi vendida para a Engevix.

Em apresentação à CPI na condição de testemunha, Torre elencou os negócios da WTorre, citando o fato da construtora deter 40% dos armazéns do País, administrar seis shopping centers, além ter construído o Allianz Parque, o novo estádio do Palmeiras.

"Somos inovadores. Apenas a nossa empresa teria as condições de construir o dique seco com a tecnologia envolvida. O imóvel foi construído somente com o dinheiro da minha empresa e alugado. A Petrobras não estava envolvida no negócio, era apenas inquilina. Nosso negócio foi com a Rio Bravo", argumentou.

Questionado pelo relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), sobre contatos de Walter Torre com Antonio Palocci, o empreiteiro afirmou que o ex-ministro foi contratado para dar "13 ou 14" palestras em um período de três anos, cada uma por uma valor de R$ 20 mil.

"Contratamos diversos economistas para darem palestras na empresa durante a crise internacional", alegou. Ele negou ter tido qualquer contato com o ex-ministro José Dirceu.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCorrupçãoEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEscândalosEstatais brasileirasFraudesGás e combustíveisIndústria do petróleoPetrobrasPetróleoPolítica no BrasilWTorre

Mais de Brasil

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso