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Witzel vai esclarecer suposta citação de seu nome em irregularidades

O governador diz que falsas acusações foram produzidas por inimigos políticos e afirmou que está sendo alvo de uma armação

Governador do Rio, Wilson Witzel (Adriano Machado/Reuters)

Governador do Rio, Wilson Witzel (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 17 de maio de 2020 às 14h08.

Última atualização em 17 de maio de 2020 às 14h09.

O governador Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse que vai prestar esclarecimentos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre supostas citações de seu nome na reabilitação de uma empresa suspeita de ligação com irregularidades, incluindo na prestação de serviços no combate à covid-19.

A investigação levou à prisão de 20 pessoas, acusadas de vantagens em contratos com a saúde Fluminense, incluindo o empresário Mário Peixoto, cujas empresas prestam serviço para o governo desde o gestão de Sérgio Cabral.

Peixoto firmou também contratos com a atual gestão no valor de 130 milhões de reais para fornecer mão de obra de limpeza e motoristas. Ele seria ainda ligado a uma empresa proibida pela justiça de prestar serviços por irregularidades em contratos.

As citações ao governador, segundo o Ministério Público Federal (MPF), ocorreram na reabilitação dessa empresa que tinha sido descredenciada por suspeitas de irregularidades e fraudes.

Grampos telefônicos autorizados pela justiça, a pedido do MPF, revelaram uma conversa com supostas citações ao chefe do executivo poucos dias antes da reabilitação da empresa. O recredenciamento foi autorizado neste ano.

A citação suspeita contra Witzel foi encaminhada ao STJ, responsável por apurações contra gestores com foro privilegiado.

Witzel enviou aos seus secretários um comunicado dizendo que serão "dias difíceis pela frente", mas reforçou que não tem qualquer envolvimento com irregularidades ou favorecimento à empresa e que tudo será esclarecido.

"Vamos rapidamente esclarecer tudo ao STJ e acabar com isso", disse ele no comunicado ao qual a Reuters teve acesso.

O governador diz que falsas acusações foram produzidas por inimigos políticos e afirmou que está sendo alvo de uma armação.

"Não deixarei de criticar duramente e agir contra as ações do presidente (Jair Bolsonaro), seus deputados e seguidores, que agem pra causar caos e o desespero da nação, espalhando mentiras a todo tempo", adicionou Witzel.

Procurado, o Palácio Guanabara disse que Witzel não foi notificado pelo STJ, mas que tem total interesse em prestar os devidos esclarecimentos.

"O governador reitera o seu respeito às instituições e lamenta que pessoas queiram cometer ilícitos, principalmente neste momento de pandemia e de luta pela vida de milhares de pessoas", diz a nota.

Cinco pessoas foram presas desde o mês passado no Rio de Janeiro, entre elas um ex-subsecretário de saúde do Estado e o seu substituto, acusados de beneficiar empresas em compras emergenciais para combate à pandemia da Covid-19. Em outra operação na semana passada, foram presas 15 pessoas acusadas de terem benefícios ilegais em contratos com saúde do Estado.

O governo fluminense informou que os contratos suspeitos investigados serão suspensos e alvo de investigação pela procuradoria e controladoria estaduais.

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