Abraham Weintraub: termo "ministro da educação" é o mais comentado no Twitter (Adriano Machado/Reuters)
Tamires Vitorio
Publicado em 27 de junho de 2019 às 08h27.
Última atualização em 27 de junho de 2019 às 15h37.
São Paulo — O ministro da educação Abraham Weintraub fez piada, nesta quinta-feira (27), com o caso do militar que foi preso por transportar 39 quilos de cocaína em um dos aviões que dariam suporte à comitiva do presidente Jair Bolsonaro em Osaka, no Japão, onde o presidente participa de uma reunião de cúpula do G20.
Segundo o a publicação de Weintraub no Twitter, o avião presidencial "já transportou drogas em maior quantidade", em referência aos ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
No passado o avião presidencial já transportou drogas em maior quantidade. Alguém sabe o peso do Lula ou da Dilma?
— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) June 27, 2019
O termo "ministro da educação" se tornou o mais comentado da rede social no Brasil pouco tempo após o tuíte do ministro. Ontem, as palavras "militares" e "39 kg" ficaram praticamente o dia inteiro na lista de assuntos do momento do Twitter.
A "piada" do ministro recebeu críticas de membros da oposição e de figuras como João Amoêdo, candidato à Presidência pelo Partido Novo:
Ministro, não tenha compromisso com o erro, peça desculpas. Vamos trabalhar pela educação e pelos brasileiros, com a postura que se espera de um ministro de Estado
— João Amoêdo (@joaodamoedo) June 27, 2019
Inacreditável um tweet desses do ministro da Educação. E olha que como todos sabem eu DETESTO Lula e Dilma e passei o governo todo deles atacando essa quadrilha. Mas há que se prezar um mínimo de liturgia do cargo!
— Rodrigo Constantino (@Rconstantino) June 27, 2019
Que baixo nível.
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) June 27, 2019
Weintraub não é o primeiro a se posicionar sobre a prisão do sargento. Também no Twitter, o ministro da justiça Sergio Moro afirmou que a situação "é uma ínfima exceção em corporação (FAB) que prima pela honra" e que "o caso será “devidamente apurado pelas autoridades espanholas e brasileiras".
O militar preso com drogas em Sevilha é uma ínfima exceção em corporação (FAB) que prima pela honra. Os fatos serão devidamente apurados pelas autoridades espanholas e brasileiras. Como disse o PR Bolsonaro, não vamos medir esforços para investigar e punir o crime. https://t.co/2zXcVhrQlX
— Sergio Moro (@SF_Moro) June 26, 2019
O presidente da república em exercício Hamilton Mourão disse que o militar "estava trabalhando como mula" e que as Forças Armadas "não estão imunes a esse flagelo da droga".
Já o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o sargento "merece punição severa" e que o "ocorrido é inaceitável".
Apesar de não ter relação com minha equipe, o episódio de ontem, ocorrido na Espanha, é inaceitável. Exigi investigação imediata e punição severa ao responsável pelo material entorpecente encontrado no avião da FAB. Não toleraremos tamanho desrespeito ao nosso país!
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) June 26, 2019