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VP do Facebook na América Latina é preso em São Paulo

Pedido de prisão foi feito por um juiz de Sergipe, em razão de mandado de prisão por descumprimento de ordem judicial

Pessoa usando smartphone em frente ao logo do Facebook (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

Pessoa usando smartphone em frente ao logo do Facebook (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

Raphael Martins

Raphael Martins

Publicado em 1 de março de 2016 às 17h03.

Última atualização em 1 de agosto de 2017 às 15h39.

São Paulo – A Polícia Federal de São Paulo prendeu hoje (1º) o vice-presidente do Facebook para a América Latina, Diego Dzodan, em São Paulo.

Segundo nota da PF, os policiais deram cumprimento a um mandado de prisão preventiva por um "em razão de reiterado descumprimento de ordens judiciais, de requerimento de informações contidas na página do site Facebook".

A prisão tem relação com a recusa da empresa em quebrar o sigilo de mensagens de investigados por tráfico pelo aplicativo WhatsApp.

O pedido foi expedido pelo juiz federal Marcel Maia Montalvão, de Lagarto, em Sergipe, e executado pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes de São Paulo. Ele foi detido no Itaim Bibi, bairro onde mora, antes de chegar ao trabalho.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Sergipe, a PF solicitou a quebra do sigilo de mensagens e fez requerimentos para tal em três oportunidades, mas o Facebook rejeitou a proposta por se tratar de quebra de privacidade do usuário.

O juiz fixou, então, multa de R$ 50 mil por dia à empresa para liberação do histórico, elevando-a posteriormente para diárias de R$ 1 milhão — o TJSE não divulga as datas pelo sigilo do processo. Novamente sem resposta, o magistrado pediu a prisão do executivo.

Dzodan é argentino de Buenos Aires e representa o Facebook e Instagram na região há 10 meses. Já foi presidente da SAP no Brasil, América do Sul e América Latina.

O executivo é formado em Contabilidade na Universidade de Belgrano, com MBA em Administração de Empresas pela Universidade de Harvard.

"Estamos desapontados com a medida extrema e desproporcional de ter um executivo do Facebook escoltado até a delegacia devido a um caso envolvendo o WhatsApp, que opera separadamente do Facebook", diz a nota da empresa.

"O Facebook sempre esteve e sempre estará disponível para responder às questões que as autoridades brasileiras possam ter".

VEJA A NOTA DA POLÍCIA FEDERAL

"São Paulo/SP – A Polícia Federal deu cumprimento hoje (1º/3) a um mandado de prisão preventiva, expedido pelo Juiz Criminal da Comarca de Lagarto/SE, em desfavor do representante do site e serviço de rede social Facebook na América do Sul.

A prisão foi representada pela Polícia Federal em Sergipe, em razão de reiterado descumprimento de ordens judiciais, de requerimento de informações contidas na página do site Facebook.

Essas informações foram requeridas para produção de provas a serem utilizadas em uma investigação de crime organizado e tráfico de drogas, a qual tramita em segredo de justiça naquele Juízo Criminal.

O representante encontra-se neste momento prestando declarações na Superintendência de Polícia Federal em São Paulo, onde permanecerá preso à disposição da Justiça." 

VEJA A NOTA DO FACEBOOK BRASIL

"Estamos desapontados com a medida extrema e desproporcional de ter um executivo do Facebook escoltado até a delegacia devido a um caso envolvendo o WhatsApp, que opera separadamente do Facebook. O Facebook sempre esteve e sempre estará disponível para responder às questões que as autoridades brasileiras possam ter.”

Atualizado às 13h43 para corrigir o local da prisão do executivo. 

Atualizado às 14h15 para incluir o posicionamento do Facebook


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