Brasil

Voz do Brasil de Dilma virou sussurro, diz New York Times

O jornal sugere que, apesar de estar vivendo o “momento mais turbulento de sua carreira”, Dilma deveria dar mais atenção às relações com outros países

A presidente Dilma Rousseff (Ueslei Marcelino/Reuters)

A presidente Dilma Rousseff (Ueslei Marcelino/Reuters)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 22 de março de 2015 às 16h24.

São Paulo – Em editorial publicado neste sábado, o jornal americano The New York Times concluiu que, sob a batuta de Dilma Rousseff, a força da voz do Brasil no cenário internacional se tornou um mero sussurro.

A publicação afirma que a presidente chegou ao Palácio do Planalto com a promessa de estabelecer um legado de transformações no território nacional e nas relações do país com o exterior. Mas, nos últimos quatro anos, o desempenho de Dilma ficou aquém das expectativas.

O jornal sugere que, apesar de estar vivendo o “momento mais turbulento de sua carreira” diante de tantas pendências domésticas, Dilma deveria “dedicar mais energia ao olhar para fora” como uma estratégia para fortalecer a economia do país. 

Segundo jornal, o primeiro passo para isso seria fortalecer o vínculo com os Estados Unidos – cuja relação ficou estremecida depois que o ex-funcionário da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) Edward Snowden revelou que o Brasil era alvo da espionagem americana.

O editorial pondera que, como uma ex-líder guerrilheira marxista, Dilma “não irá se tornar uma aliada dos Estados Unidos do dia para a noite”, afinal, há muitas questões que ambos países ainda não chegaram a um consenso. Apesar disso, o jornal afirma que a presidente é vista como mais pragmática do que seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.

E, neste sentido, o Brasil poderia ser protagonista nas relações com Venezuela e Cuba. “O Brasil pode ter um papel construtivo para a evolução política e econômica para a ilha enquanto a era Castro chega ao final”, afirma o jornal ao citar os investimentos do governo brasileiro no Porto de Mariel, em Cuba. 

O NYT conclui afirmando que,  como líder de esquerda e ex-prisioneira política, "Rousseff poderia fazer muito mais para ajudar a causa daqueles que defendem valores democráticos e os tipos de movimentos sociais que tornaram sua própria ascensão ao poder possível".

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffGoverno DilmaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático

Ministra interina diz que Brasil vai analisar decisões de Trump: 'Ele pode falar o que quiser'

Bastidores: pauta ambiental, esvaziamento da COP30 e tarifaço de Trump preocupam Planalto