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Voto em Marina não é mais de comoção, diz professor

A vantagem de Marina Silva em São Paulo é um sinal de que o maior colégio eleitoral do país rejeita a polarização de PT e PSDB, afirma especialista da FGV


	A vantagem de Marina Silva em São Paulo indica a rejeição do maior colégio eleitoral do país à polarização de PT e PSDB
 (REUTERS/Ricardo Moraes)

A vantagem de Marina Silva em São Paulo indica a rejeição do maior colégio eleitoral do país à polarização de PT e PSDB (REUTERS/Ricardo Moraes)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2014 às 13h56.

São Paulo - A pesquisa Ibope divulgada na noite desta terça-feira mostrou que Marina Silva não para de avançar nas intenções de voto dos paulistas. A candidata do PSB saltou dos 35% que obteve na última pesquisa para 39%, enquanto Dilma Rousseff se manteve em 23% e Aécio Neves caiu de 19% para 17% das intenções de voto no estado.

A vantagem cada vez maior de Marina para os outros dois candidatos chama especial atenção em São Paulo porque trata-se do maior colégio eleitoral do Brasil. Segundo o TSE, são quase 32 milhões de eleitores.

Para se ter uma ideia, São Paulo tem mais eleitores que todos os estados da região Sul e Norte somados. Daí a importância de fisgar este público.

Região Quantidade de eleitores %
Centro Oeste 10.238.050 7,16
Nordeste 38.269.533 26,8
Norte 10.801.178 7,56
Sudeste 62.041.794 43,44
Sul 21.117.307 14,78
São Paulo 31.998.432 22,4

O fato de 4 em cada 10 paulistas já afirmarem que preferem Marina aos candidatos que até pouco tempo atrás dominavam a corrida eleitoral é o mais visível sintoma do cansaço do eleitor com a polarização entre PT e PSDB, segundo especialista. 

"São Paulo é um estado que já tinha uma leitura negativa do governo atual, da presidente Dilma. A tendência natural seria que os votos fossem para o candidato tucano, que foi sempre o padrão dos eleitores paulistas", explica o cientista político e professor da FGV Cláudio Couto.

A consolidação de Marina nas pesquisas também derruba a tese de que seus votos seriam fruto da comoção com a tragédia que matou Eduardo Campos. Na visão do professor, eles seriam mais uma demonstração da rejeição do eleitorado ao "status quo" - tanto o petista, quanto o tucano. 

"Parece que o eleitor viu nela uma alternativa plausível à polarização entre PSDB e PT que já não atende mais às suas demandas. O eleitorado estava aberto a essa alternativa e Marina se apresentou assim", diz Couto. 

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