Brasil

Votação de royalties para educação ficou para depois

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que o adiamento da votação não prejudica os avanços feitos até o momento


	"Estamos lutando há muito tempo por isso [aprovação dos royalties para educação]", disse Mercadante
 (Wilson Dias/ABr)

"Estamos lutando há muito tempo por isso [aprovação dos royalties para educação]", disse Mercadante (Wilson Dias/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2013 às 17h58.

A votação dos royalties do petróleo para educação e saúde foi adiada para depois do recesso parlamentar, mas entidades dizem que é preciso permanecer focadas. A briga é para que se mantenha a decisão da Câmara dos Deputados. Por outro lado, caso a proposta da Câmara seja aprovada, o governo teme a judicialização que pode dificultar o repasse de recursos para os dois setores. A defesa é pela aprovação do projeto tal como aprovado pelo Senado Federal.

A principal diferença entre os textos está no uso dos recursos do Fundo Social. O texto do Senado determina a aplicação obrigatória de 50% dos rendimentos do fundo em saúde e educação, já o da Câmara que metade das verbas totais do fundo seja investida nos setores. Técnicos da Câmara dos Deputados calcularam que a proposta aprovada pelos senadores resultaria na redução de R$ 170,9 bilhões no repasse para as áreas, dos quase R$ 280 bilhões previstos pelo projeto aprovado na Casa.

Apesar de os deputados terem rejeitado praticamente todo texto aprovado pelo Senado ainda restam destaques a serem analisados. Se os destaques forem aprovados, pontos do texto do Senado podem ser retomados à proposta.

Em carta aberta, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, rede composta por mais de 200 organizações em todo o Brasil, pede que os deputados rejeitem os destaques: “o Parlamento deve, antes de tudo, beneficiar os direitos sociais, especialmente quando são legitimados pela participação cidadã”.

Em entrevista à imprensa nesta semana, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que o adiamento da votação não prejudica os avanços feitos até o momento e foi mais flexível quanto à proposta a ser aprovada: “Estamos lutando há muito tempo por isso [aprovação dos royalties para educação]. Estávamos com dificuldade de a Câmara aceitar, da outra vez mandamos uma medida provisória e ela foi rejeitada [MP 592/2012]. Felizmente agora nós aprovamos na Câmara e no Senado, falta concluir a votação. Qualquer que seja a solução vai ser uma boa solução para o Brasil”.

O Fundo Social do Pré-Sal, segundo publicação no portal do governo, terá como recursos a parcela do valor do bônus de assinatura dos contratos de partilha de produção, a parcela dos royalties que cabe à União e a receita obtida com a venda de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos. Além dos royalties e a participação especial dos blocos do pré-sal já licitados destinados à administração direta da União e os resultados de aplicações financeiras do próprio fundo.

O objetivo é criar uma fonte de recursos para o desenvolvimento social e regional, por meio de programas e projetos nas áreas de educação, cultura, saúde pública, Previdência, ciência e tecnologia e meio ambiente. A preocupação do governo é que o fundo seja desestruturado caso seja utitlizado o principal e não os rendimentos. De modo que no futuro não haja recursos.

Defendendo a posição das entidades civis e baseando-se em projeções de envelhecimento da população, o doutor em educação, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Nelson Cardoso, diz que é necessário investir o principal. “Com a redução da população em idade escolar nos próximos anos, esse é um recurso que ou se usa agora, ou não se usa. Usando apenas o rendimento do fundo, serão menos recursos”. Ele compara o investimento a uma poupança familiar. “É o mesmo que receber um dinheiro, querer guardar para os tataranetos e esquecer dos filhos”.

A diretora executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, defende que, independentemente da proposta aprovada, todos os recursos adicionais sejam investidos nos professores. “Tem que melhorar a atratividade, estimular os professores, cumprir o piso salarial. Investindo nos docentes, estaremos investindo no destino certo. As melhorias vão atrair profissionais cada vez mais qualificados e com isso, melhorar o ensino”.

Acompanhe tudo sobre:Aloizio MercadanteEducaçãoPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas