Brasil

Votação de regulamentação de jogos de azar é adiada no Senado

Projeto consta na pauta da comissão, que estava reunida por volta das 12h, mas não deve ser apreciado na sessão desta quarta-feira

CCJ do Senado: regulamentação das apostas deverá contemplar jogo do bicho, bingo, videobingo e videojogo e cassinos (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

CCJ do Senado: regulamentação das apostas deverá contemplar jogo do bicho, bingo, videobingo e videojogo e cassinos (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de novembro de 2017 às 14h44.

Brasília - A Comissão da Constituição e Justiça (CCJ) do Senado deve adiar a votação do PLS 186/2014, que autoriza a exploração de jogos de azar em todo o território nacional.

O projeto consta na pauta da comissão, que estava reunida por volta das 12h, mas não deve ser apreciado na sessão desta quarta-feira, 22, a pedido do próprio relator, o senador Benedito de Lira (PP-AL).

O parlamentar pediu para que o item fosse retirado da pauta para que ele possa ter mais tempo para analisar emendas que foram apresentadas ao projeto.

Com isso, a previsão é que o texto seja apreciado na CCJ somente em 2018. Coincidentemente, Benedito de Lira está sendo ouvido neste mesmo horário na 10ª Vara Federal de Brasília e não está presente na sessão.

O parlamentar foi relacionado como testemunha de defesa do ex-diretor da empreiteira Queiroz Galvão Othon Zanoide de Moraes Filho, investigado no âmbito da Operação Lava Jato. Benedito de Lira está testemunhando por videoconferência ao juiz Sérgio Moro. A assessoria de imprensa do senador nega que o adiamento da votação tenha relação com o depoimento à Justiça.

Pelo texto do relator, a regulamentação das apostas deverá contemplar jogo do bicho, bingo, videobingo e videojogo, cassinos em complexos integrados de lazer, apostas esportivas e não esportivas e cassinos online.

Se aprovadas, as mudanças propostas seriam feitas na Lei de Lavagem de Dinheiro. Neste caso, as empresas autorizadas a explorar jogos de azar seriam obrigadas a cadastrar seus clientes e a informar suas operações ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Outra medida seria a adoção de providências, pelo Banco Central (BC), a fim de proibir o uso de instrumentos de pagamento, como cartões de crédito, em jogos de azar online administrados por empresa não-credenciada.

Em nota técnica, o Ministério Público Federal (MPF) sugeriu ao Senado que promova uma ampla discussão sobre o projeto. Isso porque, para a Procuradoria da República, em vez de trazer mais recursos aos cofres públicos, a proposta "poderá incentivar a lavagem de dinheiro e a sonegação de impostos no Brasil". Diante dessa preocupação, o MPF recomendou que mecanismos "mais rigorosos" sejam acrescentados ao texto.

Acompanhe tudo sobre:JogosPolíticaSenado

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP