Maia: "Essa é a última vez que deixei as galerias abertas", disse presidente da Câmara
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de outubro de 2016 às 18h21.
Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), suspendeu a sessão de votação em segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que institui um teto de gastos por 20 anos.
Em meio aos gritos de manifestantes que ocupam as galerias do plenário, Maia parou os trabalhos e solicitou à segurança da Casa a retirada das pessoas.
"1, 2, 3, 4, 5 mil. Ou para essa PEC, ou paramos o Brasil" e "Ô deputado, preste atenção, você foi eleito com o voto do povão" eram alguns dos gritos entoados pelos manifestantes, que até o momento continuam nas galerias.
"Essa é a última vez que deixei as galerias abertas", disse Maia, que mais cedo já havia pedido "respeito" aos manifestantes. O presidente da Câmara disse ainda que o desrespeito tem ocorrido de "forma sistemática".
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) tentou negociar com policiais a permanência das pessoas. Outros membros da oposição tentavam estabelecer novo pacto para que os manifestantes possam ficar nas galerias, desde que em silêncio.
Maia reiterou o pedido por silêncio e disse que nenhum deputado pode desrespeitar ordem do presidente da Casa. No entanto, decidiu dar mais uma chance para os manifestantes, que serão de fato expulsos se houver nova interrupção.
Antes da confusão, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) já havia reclamado da população presente. "Eles estão aqui cercando deputados. Depois a polícia age e dizem que é resquício de ditadura", disse, pedindo silêncio "para a boa condução dos trabalhos".
"Lugar de baderneiro é lá fora comendo capim", afirmou Bolsonaro.