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Votação de denúncia em agosto causa ruído entre governistas

Vice-líder do governo acusou a oposição de estimular que seus parlamentares deixem Brasília para não dar quórum em plenário

Molon: disse que a oposição não vai fazer o jogo do governo. (Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados/Agência Câmara)

Molon: disse que a oposição não vai fazer o jogo do governo. (Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de julho de 2017 às 13h57.

Brasília - A possibilidade de ficar para agosto a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer no plenário da Câmara causou um ruído entre os principais defensores do peemedebista na Casa. Diante da declaração do vice-líder do governo, Darcísio Perondi (PMDB-RS), de que a votação do pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) poderia ficar para agosto devido uma manobra da oposição, o vice-líder do PMDB, Carlos Marun (MS), divulgou uma nota descartando essa possibilidade.

"Em relação aos boatos de que o governo teria decidido adiar para agosto a votação no plenário da autorização para prosseguimento da denúncia do PGR contra o presidente, informo que são improcedentes", disse Marun. O peemedebista disse que não cabia ao governo definir a pauta da Câmara e que a oposição não terá votos suficientes para autorizar o andamento da denúncia "independentemente do dia em que a sessão for marcada".

Perondi voltou a culpar a oposição de estimular que seus parlamentares deixem Brasília para não dar quórum em plenário e impedir que se chegue aos 342 presentes necessários para abertura da sessão. "É lamentável, denunciam mas não querem votar", reclamou. Preocupado em demonstrar que o governo não desistiu de votar nos próximos dias a denúncia, Perondi insistiu que, ao falar sobre votação após o recesso, falou em "possibilidade". "Vamos aguardar até o fim da tarde", desconversou.

Preocupado com a perspectiva de queda de quórum a partir desta quinta-feira, Perondi sugeriu que a imprensa tivesse "responsabilidade cívica" e pedisse para que a oposição volte e marque presença. "Os deputados da oposição querem o afastamento e fogem do plenário para não dar presença. Isso ninguém pode negar", disse. O peemedebista admitiu que o fim da semana e o início das férias colaboram para o processo de esvaziamento da Câmara.

Perondi afirmou que a orientação do governo é para a base permanecer até amanhã, 14, em Brasília. Questionado se a base não tinha mais 400 deputados votando com o governo, Perondi lembrou que metade do PSB já saiu do bloco e sobre o PSDB, pediu para que os jornalistas perguntassem aos tucanos o posicionamento da bancada. "Se o PSDB não nos acompanhar, no ano que vem, o projeto de poder deles vai ser abandonado", afirmou.

Oposição

O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) rechaçou as acusações e disse que a oposição está presente, tanto que está dando quórum na sessão de debates da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). "O governo está batendo a cabeça, está jogando a toalha. O governo foi derrotado, não tem número suficiente para abrir uma sessão esvaziada, em fim de período legislativo, para tentar enterrar uma denúncia que o Brasil quer ver aprovada", declarou.

Molon disse que a oposição não vai fazer o jogo do governo. Ele disse que, se houver sessão amanhã, estará presente, mas não marcará presença. "Quem tem que botar quórum é o governo", ressaltou. Para Molon, os governistas querem "se esconder" por estarem com "vergonha" de ficar contra uma denúncia apoiada pela população. O deputado disse ainda que quem não tem voto para livrar Temer é o governo.

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