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Voo 447 Rio-Paris: restos mortais das vítimas chegam à França

O processo de identificação dos corpos das 104 vítimas terá início nesta sexta-feira

Os corpos chegaram ao porto de Bayonne a bordo do navio Ile-de-Sein
 (Pierre Andrieu/AFP)

Os corpos chegaram ao porto de Bayonne a bordo do navio Ile-de-Sein (Pierre Andrieu/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2011 às 16h17.

Bayonne, França - Os corpos de vítimas do acidente com o voo Air France Rio-Paris há dois anos, resgatados nas últimas semanas ao longo da costa brasileira, chegaram de navio nesta quinta-feira em Bayonne (sudoeste da França) antes do início de um longo processo de identificação na sexta-feira.

Os corpos de 104 vítimas deste acidente que deixou 228 mortos de 32 nacionalidades no dia 1º de junho de 2009, assim como destroços do avião, chegaram a bordo do navio Ile-de-Sein ao porto de Bayonne.

A embarcação chegou pouco depois das 06h00 (01h00 de Brasília) e aportou uma hora depois, acompanhado por um navio da Marinha nacional e de um outro da Polícia Militar.

Mas as operações de descarregamento dos quatro contêineres contendo os restos mortais das vítimas e partes do avião, foram depois prejudicadas por uma pane em uma grua.

Depois de algumas horas de interrupção, as operações foram retomadas ao meio-dia, enquanto as forças de segurança mantiveram fechados os acessos ao porto para manter de discrição, como queriam as famílias das vítimas. A subprefeitura de Bayonne havia assegurado que a chegada dos corpos seria feita "com dignidade".

O "Ile-de-Sein", fretado pelo Escritório de Investigação e Análises francês (BEA), responsável pela investigação técnica do acidente do voo AF447, encerrou no dia 3 de junho as operações de resgate de corpos e destroços do Airbus A330 a 3.900 metros de profundidade no Atlântico.

No total, com os 50 primeiros corpos resgatados imediatamente depois do acidente. Cerca de outros 70 ainda estão entre os destroços da aeronave no fundo do oceano.


Os corpos devem ser levados durante o dia para o Instituto Médico Legal (IML) de Paris, onde os trabalhos de identificação começarão a partir de sexta-feira, segundo a Prefeitura da Polícia.

Essas operações mobilizarão "três médicos legistas, dois radiologistas e dois ortodontistas". O IML realizará "os exames técnicos, dentários e, em particular, efetuará exames de DNA".

"Será preciso estabelecer pelo menos uma semana, ou até duas, antes de apresentar elementos", estimou a Prefeitura da Polícia. "O objetivo é entregar o quanto antes e o mais rápido possível os corpos às famílias", acrescentou.

O chefe do Instituto de Pesquisas Criminais da Polícia Militar Nacional, François Daoust, havia estimado no dia 13 de junho que este trabalho de identificação levaria "semanas, e até meses".

Um processo de identificação que divide as famílias. Já "indignadas" no final de maio com o "desenrolar caótico da investigação técnica" do BEA, elas estão divididas frente à decisão da justiça de resgatar seus entes para identificação.

"A operação suscitou polêmica, já que alguns querem e outros não. Tínhamos pedido à juíza que indicasse em quais condições de dignidade o resgate dos corpos seria organizado", explicou o vice-presidente da Associação Ajuda Mútua e Solidariedade AF447, Robert Soulas.

Os pedaços do avião devem ser transferidos para Toulouse (sudoeste), para as dependências da Direção Geral de Armamento (DGA).

Após a operação, o Ile-de-Sein depois irá para Santander, na Espanha, onde será submetido a uma revisão durante dois meses.

Graças às caixas-pretas resgatadas no início de maio, o BEA conseguiu estabelecer que a queda do avião durou 3 minutos, mas ainda não determinou as causas da tragédia. Um relatório da etapa é aguardado para o final de julho.

No âmbito judiciário de caso, Airbus e Air France são acusadas de homicídios culposos.

No total, com os 50 primeiros corpos resgatados imediatamente depois do acidente, o número total de restos mortais chegou a 154.

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