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Volume útil do coração do Cantareira chega a zero

Retirada de água das represas Jaguari-Jacareí agora só poderá ser feita através do bombeamento do "volume morto"


	Terra ressecada é vista no reservatório de Jaguari, administrado pela Sabesp
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Terra ressecada é vista no reservatório de Jaguari, administrado pela Sabesp (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2014 às 20h32.

São Paulo - Responsáveis por cerca de 80% da capacidade máxima do Sistema Cantareira, as represas Jaguari-Jacareí, na região de Bragança Paulista, atingiram nesta terça-feira, 3, o limite mínimo de captação de água por gravidade pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), ou seja, 0% do volume útil armazenado.

Isso significa que, a partir de agora, a retirada de água dos dois principais reservatórios do Cantareira só pode ser feita através do bombeamento do "volume morto", que fica represado abaixo do nível das comportas da Sabesp.

A operação, que custou cerca de R$ 80 milhões, teve início no dia 15 de maio.

Nesta terça-feira, as represas Jaguari-Jacareí possuem 104,3 bilhões de litros da reserva profunda disponível para a Sabesp.

Consideradas o "coração" do Cantareira, elas têm capacidade total para 1,04 trilhão de litros, dos quais 808 bilhões ficavam acima do nível das comportas e acabaram com a crise histórica.

Ao todo, o Cantareira possui hoje 240,9 bilhões de litros, já considerando o "volume morto" que será utilizado e a quantidade de água que resta nos outros três reservatórios que compõem o sistema: Cachoeira, em Atibaia, Atibainha, em Nazaré Paulista, e Paiva Castro, em Mairiporã.

O volume disponível hoje representa 24,6% da capacidade do Cantareira, segundo a Sabesp.

Na estimativa mais pessimista feita pela companhia, a pedido do comitê anticrise que monitora o manancial, a reserva atual pode acabar no dia 27 de outubro, um dia após o segundo turno das eleições do governo paulista.

Sem considerar a reserva profunda, o nível atual estaria em 6% da capacidade.

O cálculo da Sabesp considerou uma vazão afluente (água que chega aos reservatórios) 50% abaixo da mínima histórica e uma retirada para abastecimento da Grande São Paulo de 21,5 mil litros por segundo.

Só em maio, contudo, a vazão registrada foi igual a 39% do pior índice registrado para aquele mês, ou seja, abaixo da projeção da Sabesp.

Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a concessionária paulista já solicitou autorização para captar mais 100 bilhões de litros do "volume morto" para tentar evitar o racionamento de água generalizado.

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