Brasil

Guaíba pode voltar a superar nível recorde no RS, alertam UFRGS e Defesa Civil

Especialistas ressaltam repique em elevação do nível da água, após recessão lenta a partir de quarta

Vista aérea de Porto Alegre: Guaíba pode ir a 5,50 metros, segundo universidade (AFP)

Vista aérea de Porto Alegre: Guaíba pode ir a 5,50 metros, segundo universidade (AFP)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 12 de maio de 2024 às 15h15.

Última atualização em 13 de maio de 2024 às 07h21.

Tudo sobreEnchentes no RS
Saiba mais

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) alertou que o nível do Guaíba pode alcançar  5,5 metros entre segunda e terça-feira, 13 e 14. A previsão, se confirmada, superaria o nível recorde batido no domingo passado, quando a água alcançou 5,3 metros. O nível do Guaíba apresentou um repique de 10 centímetros, após um início de lenta recessão na quarta-feira, 8, ter levado o nível da água para 4,55 metros. Na manhã deste domingo, 12, o nível estava em 4,65 metros.

Os rios afluentes ao Guaíba, como Jacuí, Sinos, Gravataí e Taquari, apresentavam uma lenta redução em seus níveis elevados até a última sexta-feira. No entanto, precipitações de 100 mm ou mais foram registradas nas últimas 24 a 48 horas, abrangendo as bacias dos rios Taquari, Sinos, Caí e Jacuí, resultando em uma resposta rápida com elevação significativa dos níveis desses rios.

As previsões meteorológicas indicam chuvas adicionais superiores a 100 mm em uma ampla área na metade norte do Rio Grande do Sul, abrangendo essas bacias. Além disso, é esperada a intensificação do vento sul, com rajadas de até 50 km/h na Lagoa dos Patos entre segunda e terça-feira.

De acordo com a análise da UFRGS, todos os cenários de previsão apontam para uma cheia duradoura, com nova elevação dos níveis do Guaíba para acima de 5 metros. O valor máximo estimado para o início da próxima semana pode atingir cerca de 5,5 metros, dependendo da intensidade das chuvas adicionais e da força do vento sul.

UFRGS recomenda atenção contínua

Diante da previsão de uma cheia prolongada e do repique dos níveis das águas, a UFRGS recomenda atenção contínua às áreas de risco, especialmente aquelas onde houve uma redução recente na inundação. É essencial prestar atenção especial à população afetada e adotar ações imediatas para a restauração das infraestruturas e a manutenção dos serviços essenciais, como o saneamento básico.

As previsões foram desenvolvidas com base em observações de chuva e vazão dos rios, além de modelos de previsão meteorológica, hidrológica e hidrodinâmica. A equipe responsável inclui os Professores Fernando Fan e Rodrigo Paiva, juntamente com o mestrando Matheus Sampaio do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS, em colaboração com a empresa RHAMA Analysis.

Defesa Civil alerta para novas 'inundações severas' no estado

No domingo, 12, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitiu alerta indicando que os rios Caí e Taquari, que já estão em cota de inundação, apresentarão elevação significativa de seus níveis até esta segunda-feira, 13. Em meio a isso, o órgão alerta que vão ocorrer"inundações severas", gerando mais transtornos à população, especialmente em áreas já atingidas recentemente.

O pedido é que a população não retorne aos locais já inundados e permaneça em segurança.

Entre as cidades em alerta no Vale do Taquari estão Encantado, Lajeado e Roca Sales. Já no Vale do Caí, os municípios que podem ser atingidos por novas inundações são Montenegro, São Sebastião do Caí, Feliz, Bom Principio e Nova Petrópolis.

Ainda no domingo, a prefeitura de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, também emitiu um alerta solicitando a evacuação de moradores em seis bairros da cidade por risco de alagamento: Rio Branco, Fátima, Mato Grande, Harmonia, Mathias Velho e São Luis. A pasta afirmou que o alerta para evacuação do bairro Niterói também está mantido.

Acompanhe tudo sobre:Enchentes no RSRio Grande do Sul

Mais de Brasil

Haddad: pacote de medidas de corte de gastos está pronto e será divulgado nesta semana

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula