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"Você sabe atirar?", pergunta Bolsonaro a criança no interior de SP

Questionado, candidato disse não ver problema no gesto; afirmou também que "o armamento é inerente ao ser humano e à sua defesa"

Jair Bolsonaro foi visto "ensinando" uma criança a atirar; menino estava vestido com a farda da Polícia Militar (REUTERS/Ricardo Moraes/Reuters)

Jair Bolsonaro foi visto "ensinando" uma criança a atirar; menino estava vestido com a farda da Polícia Militar (REUTERS/Ricardo Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de agosto de 2018 às 10h03.

Última atualização em 24 de agosto de 2018 às 11h01.

Araçatuba - O núcleo de 'Carrapatos do Estadão' - equipe de reportagem que acompanha diariamente, em vídeo, a rotina dos presidenciáveis nas eleições 2018 - flagrou o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, "ensinando" uma criança a atirar. O menino estava em seu colo vestido com a farda da Polícia Militar. "Você sabe atirar? Você sabe dar tiro? Atira. Policial tem que atirar", disse Bolsonaro.

O candidato cumpria agenda em Araçatuba, no interior de São Paulo. Ele discursava no coreto da praça Rui Barbosa, no centro da cidade, quando pegou a criança no colo e a orientou a fazer um sinal com a mão como se imitasse uma arma. No discurso, ele defendeu a revisão do estatuto do desarmamento.

Questionado pela reportagem, Bolsonaro disse não ver problema no gesto. "Qual é o problema? O armamento é inerente ao ser humano e à sua defesa. Isso está na Bíblia. A própria Marina Silva este ano deu entrevista à revista Marie Claire dizendo que só não sofreu violência quando era jovem, menor de idade, porque tinha uma arma espingarda consigo."

Bolsonaro afirmou ainda que não se pode "criar uma geração de covardes". "A arma é inerente à sua vida e à liberdade do País. Meus filhos todos atiraram com cinco anos de idade. (Uma arma) Real, não é de ficção nem de espoleta não."

No dia 20 de julho, quando cumpria agenda de campanha em Goiânia, Bolsonaro foi fotografado ensinando uma menina a fazer o gesto de "pistola" com a mão. A atitude, que se repetiu em outras duas ocasiões, em São Paulo, foi criticada por adversários.

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