Brasil

Viúva de Marielle: 'não aguentamos mais a falta de respostas sobre quem mandou matá-la'

Segundo a viúva da vereadora, Monica Benicio, a espera por seis anos, com respostas frequentes de que o caso está prestes a ser concluído, traz uma dor imensa e constante

Marielle Franco: relembre o caso (Câmara Municipal RJ/Divulgação)

Marielle Franco: relembre o caso (Câmara Municipal RJ/Divulgação)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 19 de março de 2024 às 21h11.

O anúncio do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, de que a delação do ex-policial militar Ronnie Lessa — réu nos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes —, foi homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, surpreendeu a família da ex-parlamentar.

Segundo a viúva da vereadora, Monica Benicio, a espera por seis anos, com respostas frequentes de que o caso está prestes a ser concluído, traz uma dor imensa e constante.

"Fui surpreendida, junto a milhões de brasileiros, pela notícia de que o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, daria hoje uma coletiva de imprensa sobre o caso do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Homologação

O STF homologou a delação premiada de Ronnie Lessa, ex-policial militar acusado de ser o executor. Sem dúvida, esse é mais um passo importante na direção da conclusão do caso, pela qual lutamos e esperamos há seis anos. Nós, familiares de Marielle e Anderson, não aguentamos mais a falta de respostas sobre quem mandou matá-la e nem promessas vazias sobre especulações de prazos que não se sustentam, só servem para aumentar a nossa dor e a nossa ansiedade. Isso é desrespeitoso conosco, familiares e amigos que perdemos pessoas amadas e vivemos com a ausência de justiça", desabafou Monica.

O ministro fez um pronunciamento, às 18h30 desta terça-feira, no qual disse que o ministro Alexandre de Moraes homologou a delação do autor dos tiros contra Marielle, logo após o crime completar seis anos. Segundo ela, o pronunciamento "em nada colabora" com a esperança dela, pois aumenta a ansiedade:

"O assassinato brutal da minha esposa é uma mácula na democracia brasileira e nos levou a questionar que tipo de democracia é essa na qual um grupo é autorizado a usar a violência e a morte como forma de fazer política. Democracia essa que precisa ter um compromisso intransigente com a verdade e a memória para fazer reparação. A impunidade não pode prevalecer. Precisamos, todos, de justiça", disse Monica. "Mas esse pronunciamento do ministro em nada colabora com a esperança, apenas aumenta as especulações e uma disputa de protagonismo político que não honram as duas pessoas assassinadas".

Para a viúva de Marielle, Lewandowski deveria apresentar respostas concretas.

"O que me causou surpresa, realmente, foi ver um ministro de estado agir do mesmo modo, em especial, com o fechamento vazio de seu pronunciamento, ao dizer “brevemente pensamos que teremos resultados concretos”. Queremos respostas concretas. Espero que a próxima coletiva convocada seja para fazer um pronunciamento de ordem concreta e realmente comprometida com a justiça", concluiu ela.

Acompanhe tudo sobre:Marielle FrancoRicardo LewandowskiAlexandre de MoraesSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP