O governo federal tem descartado, no entanto, a possibilidade de uma intervenção federal (Philippe Lima/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 25 de outubro de 2023 às 15h51.
Última atualização em 25 de outubro de 2023 às 16h14.
Nos últimos dias, o Rio de Janeiro tem vivido momentos de terror com a queima de pelo menos 35 ônibus em represália à morte do miliciano Matheus da Silva Rezende, conhecido pelos apelidos de Faustão e Teteus, durante confronto com policiais civis numa favela em Santa Cruz, na zona oeste da cidade.
"Era muito fácil ficar vendo aquelas cenas que ontem apareciam na televisão e anteontem, que até pareciam a própria Faixa de Gaza de tanto fogo e tanta fumaça, e dizer: ‘É um problema do Rio de Janeiro, é um problema do prefeito Eduardo Paes, um problema do governador.’ Não. É um problema do Brasil. É um problema nosso que temos de tentar encontrar a solução", disse o presidente Lula nesta quarta-feira, durante a 1ª Reunião Plenária do Conselho da Federação.
Lula comparou nesta quarta-feira, 25, a situação vivenciada no Rio de Janeiro nos últimos dias a imagens vistas na Faixa de Gaza. Lula afirmou que o que está ocorrendo na cidade é um problema do Brasil e que o governo federal tentará encontrar uma solução.
Nesta quarta-feira, a alta cúpula do governo se reúne para discutir novas medidas para responder à crise no Rio de Janeiro, um dos temas principais será a incorporação das Forças Armadas no auxílio às forças de segurança que atuam na cidade. Participam da reunião o ministro da Casa Civil, Rui Costa; o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; o ministro da Defesa, José Múcio; e os comandantes das Forças Armadas.
Na última terça-feira, 24, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que o governo debatia internamente a possibilidade de utilização das Forças Armadas para apoiar as operações no Rio de Janeiro.
"Nós não podemos e não vamos substituir o papel do governo do Estado do Rio de Janeiro, em respeito à Constituição, à autonomia federativa. Mas nós estamos apoiando e a diretriz do presidente Lula é aumentar esse apoio quem sabe até uma decisão nos próximos dias com a participação das Forças Armadas para nos ajudar nesse trabalho completar aquilo que as forças policiais do Estado do Rio vêm fazendo", disse o ministro.
O governo federal tem descartado, no entanto, a possibilidade de uma intervenção federal. De acordo com Dino, não há embasamento para que a medida seja utilizada.
"Não é uma decisão que o presidente possa tomar a qualquer momento porque deseja. É preciso que se caracterize aquela situação de completa anomia, completa ausência de governo, coisa que ainda não está configurada. Hoje realmente não há esse estudo, não há esse debate. E eu afirmo que até não teria base Constitucional ou legal para fazer uma intervenção federal", disse.