Ministra Cármen Lucia: "A violência e a corrupção que estão crescendo, que se mostram de forma assustadora para todos nós, precisam ser extintas, precisam acabar. Nós todos queremos uma vida em paz” (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2015 às 21h47.
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia defendeu hoje (2) a extinção da violência e da corrupção no país, embora ela mesma reconheça que isto seja algo quase impossível.
A magistrada participou do seminário Corrupção e Violência, Reféns até Quando?, que terminou nesta sexta-feira no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
“Somos todos responsáveis pelo nosso país e pelo que está acontecendo aqui. A violência e a corrupção que estão crescendo, que se mostram de forma assustadora para todos nós, precisam ser extintas, precisam acabar. Nós todos queremos uma vida em paz”, disse a ministra.
Em sua palestra, Cármen Lúcia citou casos pessoais pelos quais passou, relativos à violência, e pregou que o Judiciário precisa provocar mudanças no próprio sistema jurídico.
“Nós, juízes, precisamos, cada vez mais, fazermos com que haja transformação das instituições jurídicas para prestar o serviço ao jurisdicionado, as controvérsias serem resolvidas com celeridade, e para que, então, nós não precisemos conviver com a violência, que parece crescer a cada minuto”.
Perguntada pelos jornalistas sobre a expectativa de haver punições do STF na Operação Lava Jato, Cármen Lúcia citou o comportamento recente da corte, em julgamentos semelhantes.
“Os brasileiros verão a Justiça acontecer, como viram em outros casos, que não foram poucos e muito recentes.”
A magistrada, que é vice-presidenta do STF, comparou a corrupção a uma doença. “Corrupção é uma doença gravíssima que os humanos instalaram em sua convivência. Há de ser combatida e de ter os remédios próprios.”
Ao ser perguntada sobre a violência que assola o próprio Poder Judiciário, como a morte da juíza Patrícia Acioli, em Niterói, em 2011, e outros casos semelhantes, Cármen Lúcia respondeu que, em qualquer caso, a resposta do Judiciário é uma só.
“Estamos em um Estado Democrático de Direito e o direito tem que prevalecer, nos termos exatos do que posto no sistema”.