Plantação de chuchu: preço subiu quase 90%, de acordo com o IBGE (VEJA SP)
Da Redação
Publicado em 9 de fevereiro de 2011 às 07h26.
São PAulo - Apontado como o vilão da inflação há 34 anos pelo então ministro da Fazenda Mario Henrique Simonsen, o chuchu voltou a pesar em janeiro deste ano no custo de vida do brasileiro. Na inflação oficial - o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - o preço do chuchu subiu 88,12%. Pelo Índice de Custo de Vida do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o legume ficou 35,6% mais caro no mês passado, refletindo as elevações de preços no atacado.
Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), o preço do chuchu quase dobrou (91,95%) em apenas um mês e foi um dos principais produtos, ao lado da couve-flor (71 8%), da berinjela (66,10%) e do brócolis (60,8%), que contribuíram para a disparada dos hortifrutigranjeiros.
Em janeiro, o índice da Ceagesp que reúne os preços no atacado de frutas, verduras, legumes e pescados subiu 4,45%. A alta registrada em janeiro foi tão forte que conseguiu reverter a trajetória de queda do indicador acumulado em 12 meses em dezembro (baixa de 1,73%) para alta de 2,05% em janeiro. No mês passado, as verduras ficaram, em média, 52,89% mais caras no atacado, seguidas pelos legumes (19,20%) e pelos pescados (3 05%). O estrago só não foi maior porque os preços das frutas recuaram 2,09%.
Especulação
Flávio Godas, economista da Ceagesp, atribuiu a elevação de preços dos legumes e das verduras às fortes chuvas que atingiram as áreas de produção. Mas o caso do chuchu é diferente, porque o legume é pouco sensível a chuvas, diz David Ribeiro, gerente-geral da Elo Fruti, atacadista de legumes e verduras da Ceagesp.
Ribeiro explica que, normalmente, ocorre o replantio da lavoura em janeiro e fevereiro e, por isso, a oferta diminui. Neste ano, no entanto, os produtores de chuchu perceberam que o mercado consumidor está aquecido, especialmente pelo consumo em grande escala do legume por cozinhas industriais. Por isso, decidiram reduzir o plantio do produto para manter os preços artificialmente elevados e num mesmo patamar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.