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Vídeo não fala do Congresso, é de apoio ao governo, diz ministro Ramos

O ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, minimizou o vídeo enviado pelo presidente convocando para manifestações

Bolsonaro e Maia: de acordo com o ministro, o presidente decidiu compartilhar o vídeo com amigos após ficar sensibilizado com as imagens (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Bolsonaro e Maia: de acordo com o ministro, o presidente decidiu compartilhar o vídeo com amigos após ficar sensibilizado com as imagens (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Clara Cerioni

Publicado em 26 de fevereiro de 2020 às 18h15.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2020 às 18h43.

Brasília — O ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, minimizou nesta quarta-feira (26) o envio, pelo presidente Jair Bolsonaro, de um vídeo convocando para manifestações organizadas por apoiadores do governo no dia 15 de março.

A divulgação dos atos nas redes sociais tem sido marcada por críticas ao Congresso. Em conversa com o Estado, o ministro afirmou que "não foi ele (o presidente) que fez os vídeos, não foi ele que distribuiu, ele não fez qualquer crítica aos parlamentares".

De acordo com Ramos, o presidente decidiu compartilhar o vídeo com amigos após ficar sensibilizado com as imagens, que incluem cenas de quando tomou uma facada, durante a campanha eleitoral de 2018, e de seu período de internação no hospital.

"O vídeo não fala do Congresso. É um vídeo de apoio ao governo, que ele recebeu, como recebeu muitos outros, e, pelo tom emotivo apenas repassou para uma lista reservada de pessoas. Só no privado", afirmou Ramos ao Estado.

 

"Qual é a culpa dele nisso?", questionou o ministro, que passou o feriado de carnaval ao lado do presidente no Guarujá, no litoral de São Paulo.

O presidente compartilhou com seus contatos do WhatsApp dois vídeos. Um deles, revelado pelo BR Político, diz: "Ele foi chamado a lutar por nós. Ele comprou a briga por nós. Ele desafiou os poderosos por nós. Ele quase morreu por nós. Ele está enfrentando a esquerda corrupta e sanguinária por nós. Ele sofre calúnias e mentiras por fazer o melhor para nós. Ele é a nossa única esperança de dias cada vez melhores. Ele precisa de nosso apoio nas ruas. Dia 15/3 vamos mostrar a força da família brasileira. Vamos mostrar que apoiamos Bolsonaro e rejeitamos os inimigos do Brasil. Somos sim capazes, e temos um presidente trabalhador, incansável, cristão, patriota, capaz, justo, incorruptível. Dia 15/03, todos nas ruas apoiando Bolsonaro", diz o texto que aparece na tela, entremeado por imagens de Bolsonaro sendo esfaqueado, no hospital e depois em aparições públicas.

A divulgação do vídeo tem sido tratada como um endosso, por parte de Bolsonaro, às manifestações e gerou reações no mundo político e nas redes sociais na terça-feira, 25. "Estamos com uma crise institucional de consequências gravíssimas", afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Twitter.

Ramos ressaltou, porém, que Bolsonaro "não sabe" quem fez o vídeo e citou o fato de ele não ter reproduzido os vídeos em nenhuma rede social, apenas no WhatsApp pessoal.

"Ele não colocou no Twitter, não colocou no Facebook, nem no Instagram. Qual é a responsabilidade dele de terem divulgado isso nas redes abertas? Nenhuma. Zero. Não é culpa dele. Foram apoiadores que divulgaram. A fala oficial dele sobre isso está em um Twitter que ele publicou há pouco", afirmou.

Na postagem, feita na manhã desta quarta-feira, o presidente afirmou que fez "troca de mensagens de cunho pessoal, de forma reservada" e que "qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República".

Segundo o ministro da Secretaria de Governo, apesar dos ataques, Bolsonaro "está tranquilo porque não fez nada de errado".

"Quem não deve, não teme. O presidente está com a consciência tranquila. Ele não fez nenhuma dessas ilações que estão dizendo aí. Não disse uma palavra sobre Congresso. Ele não pode ser culpado por uma coisa que não fez", afirmou Ramos.

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