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Vídeo 360 graus mostra superlotação dos presídios brasileiros

Em 2014, déficit de vagas no sistema carcerário brasileiro era de 250 mil; campanha faz abaixo-assinado por melhores condições nas cadeias

Prisão, presídios, prisões (Wilson Dias/Reprodução)

Prisão, presídios, prisões (Wilson Dias/Reprodução)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 21 de junho de 2017 às 12h18.

Última atualização em 21 de junho de 2017 às 13h59.

São Paulo – Um vídeo produzido pela Rede Justiça Criminal, formada por oito organizações não governamentais, mostra a realidade das celas dos presídios brasileiros: a superlotação.

A gravação em 360 graus, que foi filmada em uma reconstituição de cela com figurantes e duas pessoas que já haviam passado pelo cárcere privado, faz parte da campanha “Encarceramento em Massa não é Justiça”, que busca assinaturas para cobrar a adoção de políticas públicas para os problemas no sistema prisional.

Nos últimos 14 anos, o número de presos no sistema penitenciário do Brasil cresceu 167%, de acordo com o último levantamento do Ministério da Justiça, divulgado no final de 2016 com dados de 2014.

O problema é que os presídios brasileiros possuem apenas 371,8 mil vagas, mas abrigam, com sufoco, mais de 622,2 mil presos.

“Vinte e cinco pessoas vivendo dentro desse lugar aqui. Talvez um cachorro lá na rua tenha mais espaço do que a gente”, diz um dos egressos no vídeo.

Em menos de 48 horas, a gravação publicada na página do Facebook da ONG Conectas Direitos Humanos, que faz parte da organização, somou mais de 7,8 milhões de visualizações e 48,7 mil compartilhamentos na rede social.

A campanha também criou um site com histórias reais e dados sobre as prisões brasileiras.

 

Crise dos presídios

Já em janeiro deste ano, o Brasil enfrentou uma forte crise nas penitenciárias do país. Com mais de 130 mortos, os confrontos dentro dos presídios superaram até o massacre do Carandiru, em 1992, quando uma intervenção da Polícia Militar de São Paulo deixou 111 presos mortos.

A crise colocou em debate as elevadas taxas de superlotação nas cadeias.  O levantamento do Ministério da Justiça, porém, traz uma pista sobre como reduzir o problema. 

Em dezembro de 2014,  quando foi feito o estudo, o Brasil operava com uma taxa de ocupação de 67% acima de sua capacidade máxima. Naquele momento,  a quantidade de presos provisórios (que ainda não tinham sido julgados) era equivalente ao tamanho do déficit de vagas no sistema prisional: exatamente 249.668 detentos estavam nessa situação.

Ao menos quatro estados brasileiros poderiam praticamente zerar o problema da superlotação carcerária se reduzissem pela metade o número de presos provisórios com apenas uma mudança - veja qual é ela

*Colaborou: Talita Abrantes

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