Governador de Pernambuco e vice-presidente nacional do PSB, Paulo Câmara, afirmou ontem que vai apoiar eventual candidatura do ex-presidente Lula à Presidência (Paulo Whitaker/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de julho de 2018 às 09h44.
Última atualização em 13 de julho de 2018 às 09h46.
Recife - O governador de Pernambuco e vice-presidente nacional do PSB, Paulo Câmara, afirmou ontem que vai apoiar eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - condenado e preso na Operação Lava Jato - à Presidência, mesmo que o PT tenha candidatura própria ao governo do estado.
A declaração foi dada após encontro com a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, no Recife. Apesar de Lula estar potencialmente inelegível pela Lei da Ficha Limpa, o partido diz que vai registrar a candidatura do ex-presidente, cabendo ao Tribunal Superior Eleitoral aceitar ou não.
Em Pernambuco, o PT se divide entre lançar candidatura própria da vereadora Marília Arraes ou compor a chapa de Câmara, pré-candidato à reeleição. "O PSB é um partido democrático, e vamos respeitar tudo isso. Mas, no âmbito da nossa direção estadual, vamos levar ao congresso (do partido, marcado para 5 de agosto) esse posicionamento em favor da aliança com o PT", disse o governador.
Câmara afirmou acreditar que não está isolado dentro de seu partido na costura com o PT, embora boa parte do PSB declare nos bastidores apoio ao pré-candidato do PDT, Ciro Gomes.
De acordo com Câmara, a ala pernambucana do PSB "é a maior" da legenda e tem "o apoio dos outros Estados do Nordeste e alguns do Norte e do Centro-Oeste". A manifestação de Câmara enfraquece a articulação pró-Ciro no PSB e indica a possibilidade de os interesses regionais levarem à neutralidade do partido na disputa presidencial deste ano.
Já o pré-candidato ao governo de Minas Gerais, Marcio Lacerda (PSB), disse que "a hipótese de uma aliança nacional com o PT não é provável". "Ou será o PDT ou o partido (PSB) não terá aliança."
Em Fortaleza, onde participou de reunião do partido, Ciro disse que as negociações com o PSB estão sendo realizadas "com muita calma". "O PSB de São Paulo gostaria de uma aliança com o PSDB, e o PSB de Pernambuco gostaria de uma aliança com o PT. Então, é ter paciência."