Brasil

Vice-ministra cubana diz que médicos querem cooperar

Márcia Cobas defendeu a qualificação dos médicos cubanos e disse que eles já atuaram em regiões com condições de trabalho difíceis


	Vice-ministra de Cuba, Márcia Cobas: “Nossos médicos não são desempregados, recebem 100% de seus salários e têm a proteção de suas famílias, na educação e na saúde", disse
 (Elza Fiuza/ABr)

Vice-ministra de Cuba, Márcia Cobas: “Nossos médicos não são desempregados, recebem 100% de seus salários e têm a proteção de suas famílias, na educação e na saúde", disse (Elza Fiuza/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2013 às 14h57.

Brasília – Após críticas de associações médicas à vinda de cubanos para atuar no Brasil pelo Programa Mais Médicos, a vice-ministra da Saúde de Cuba, Márcia Cobas, disse hoje (26) que os médicos do seu país querem trabalhar em cooperação com os profissionais brasileiros e não ocupar o lugar deles.

Márcia Cobas participou da cerimônia de início do treinamento dos médicos estrangeiros, em Brasília, que irá durar três semanas.

“Queremos ir aos locais onde a população mais precisa, onde não tem médicos”, disse a dirigente. A vice-ministra acrescentou que os médicos que vieram trabalhar no Brasil não são desempregados e têm garantia de seus serviços quando retornarem a Cuba.

“Nossos médicos não são desempregados, recebem 100% de seus salários e têm a proteção de suas famílias, na educação, na saúde, para dar tranquilidade e segurança enquanto estão trabalhando em outros países”, disse.

A vice-ministra defendeu a qualificação dos médicos cubanos. Ela destacou a experiência dos profissionais na atuação em diversos países e disse que os cubanos já atuaram em regiões com condições de trabalho difíceis. “Não exportamos médicos, exportamos serviços de saúde”, disse Márcia Cobas.

A médica cubana Mayra Perez Sierra declarou que não teme as reações contrárias à atuação no Brasil. Segundo ela, é normal que mudanças gerem preocupação.

“Toda mudança, em qualquer país, em qualquer momento da vida, gera temor. Mas estamos preparados, estamos seguros, estamos acostumados a enfrentar outros costumes. Eu mesma já estive na Venezuela e no Zimbábue, país com outra língua, com dialetos. Enfrentamos e estamos preparados”, disse.


Sobre a diferença de idioma, Mayra Perez Sierra avalia que não será um empecilho para que os médicos prestem um bom atendimento à população brasileira.

“Nessas três semanas vamos reforçar o conhecimento. Quanto ao idioma, aprendemos muito, ainda temos que melhorar, mas creio que isso ocorrerá durante o trabalho com a comunidade. Será onde vamos aprender a nos comunicar melhor. Creio que tudo irá bem em nosso favor e em favor do povo brasileiro”.

A vinda dos profissionais de Cuba faz parte de acordo do Ministério da Saúde com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A previsão é trazer ao Brasil, até o final do ano, 4 mil médicos cubanos. Os primeiros 400 profissionais chegaram ao Brasil nesse fim de semana. Eles vão atuar nas cidades que não atraíram profissionais inscritos individualmente no Programa Mais Médicos.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCubaMais MédicosSaúde no BrasilSUS

Mais de Brasil

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho