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Vice dos EUA visita venezuelanos em Manaus e reforça críticas a Maduro

Mike Pence voltou a criticar regime de Nicolás Maduro, que acusou de "ditadura brutal" e de provocar êxodo de 2 milhões de pessoas para fora do país

Mike Pence: "Os Estados Unidos estão com vocês, caminhamos com vocês e vamos continuar assim até que a democracia seja restaurada na Venezuela" (Adriano Machado/Reuters)

Mike Pence: "Os Estados Unidos estão com vocês, caminhamos com vocês e vamos continuar assim até que a democracia seja restaurada na Venezuela" (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 27 de junho de 2018 às 20h10.

Durante sua visita a um abrigo de imigrantes venezuelanos em Manaus, nesta quarta-feira (27), o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, voltou a criticar o regime do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que acusou de "ditadura brutal" e de provocar o êxodo de 2 milhões de pessoas "obrigadas a fugir do país". Pence deu continuidade à visita ao Brasil, iniciada ontem por encontro com o presidente Michel Temer em Brasília.

"O regime de (Nicolás) Maduro, essa ditadura brutal, enfraqueceu a economia e o custo dos seus crimes não podem ser calculado em números, mas em consequências. São mais de 2 milhões de pessoas que obrigadas a fugir do país", declarou Pence. Ele disse que a mensagem do presidente Donald Trump é de manter o apoio dos Estados Unidos ao povo venezuelano. "Os Estados Unidos estão com vocês, caminhamos com vocês e vamos continuar assim até que a democracia seja restaurada na Venezuela", afirmou.

O vice-presidente desembarcou em Manaus por volta de 10h30, horário local, acompanhado da esposa Karen Pence. Em um comboio e sob forte esquema de segurança, eles partiram para a visita à Casa de Acolhida Santa Catarina, na capital amazonense, onde estão abrigados 79 venezuelanos. Toda a área ao redor do centro humanitário foi fechada e a passagem de carros ficou proibida por, pelo menos, duas horas.

Mike Pence ficou cerca de 1h30 na Casa de Acolhida Santa Catarina, que é administrado pela Cáritas Arquidiocesana de Manaus em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). Os venezuelanos abrigados no local chegaram a Manaus pelo processo de interiorização promovido pelo governo brasileiros. O vice-presidente dos Estados Unidos fez um pequeno discurso no local.

Sensibilização

O padre Orlando Barbosa, vice-presidente da Cáritas, conta que Pence ficou sensibilizado com o trabalho desenvolvido no abrigo. "Essa maneira nossa, brasileira, humana e simples de fazer esse processo de acolhimento criou um impacto no discurso dele aqui internamente, de ver as pessoas e as crianças bem, aqui na casa. Acho que isso sensibilizou um pouco ele", afirmou.

O padre disse que a acolhida pode impactar a política norte-americana sobre o tema da imigração. "Isso pode atingir a expectativa de que os Estados Unidos possam continuar acreditando nos direitos humanos e também na defesa dos refugiados imigrantes, não só aqui da Venezuela, mas em todo o mundo", explicou.

O religioso também espera que a visita reforce a promessa de recursos do governo norte-americano para ajudar os imigrantes. Durante encontro com o presidente Michel Temer em Brasília, Pence anunciou que os Estados Unidos vão destinar R$ 10 milhões de reais para os venezuelanos, sendo R$ 1 milhão diretamente para o Brasil.

Críticas à visita

Antes da visita de Mike Pence ao abrigo, os serviços pastorais do Migrante Nacional e da Arquidiocese de Manaus divulgaram nota manifestando indignação e tristeza com a visita do vice-presidente norte-americano. Para as entidades, Pence "representa um governo que constrói muros, separa crianças de seus pais e que pretende se apresentar ao mundo como defensor de migrantes e refugiados".

A nota afirmou ainda que "esse gesto do governo Trump está longe de ser humanitário e de preocupação com os direitos humanos e que remete a uma política de controle e colonialismo constante dos Estados Unidos com a América Latina".

A previsão é que Pence e Karen fizessem ainda um voo de helicóptero para ver a Floresta Amazônica e seguissem depois para o Aeroporto Internacional de Manaus, de onde embarcam rumo ao Equador, a segunda parada da terceira excursão pela América Latina, que terminará na Guatemala.

* Com informações da Agência EFE e de Bianca Paiva, repórter da Rádio Nacional

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