H1N1: vereadores foram vacinados antes de idosos, profissionais de saúde, pacientes renais e mães de recém-nascidos. (Rovena Rosa / Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2016 às 08h12.
Rio de Janeiro - Vereadores de Valença, no sul fluminense, seus parentes e funcionários da Câmara receberam a vacina contra H1N1 antes dos grupos considerados mais vulneráveis - grávidas, crianças e pacientes renais.
A vacinação ocorreu há uma semana, entre 16 e 17 horas, no Paço Municipal, sede do Legislativo.
Na cidade, comenta-se que agentes de saúde chegaram a ir à casa de alguns parlamentares. A assessoria do prefeito Alvaro Cabral (PRB) negou que tenha partido da prefeitura a ordem para imunizar os vereadores e determinou a abertura de sindicância.
O vice-presidente da Câmara, Felipe Farias (PPS), confirmou a vacinação, mas procurou minimizá-la. "Estou no segundo mandato e isso sempre aconteceu. Todo ano o prefeito oferece vacinas para a Câmara."
A campanha em Valença foi antecipada por causa das mortes ocorridas no Médio Paraíba - dos 17 óbitos por H1N1 no Estado, 8 foram na região.
Entre as vítimas está Marcilene dos Santos Jardins, de 47 anos, moradora de Valença. Mais nove habitantes foram hospitalizados com a doença.
No dia 18, começaram a ser vacinadas crianças de até 5 anos, grávidas e doentes renais crônicos. No dia seguinte, houve a vacinação dos vereadores.
Só depois a campanha foi estendida a idosos, profissionais de saúde, demais pacientes renais e mães de recém-nascidos de até 45 dias. O caso foi revelado pelo site do jornal O Globo.
A sindicância foi aberta pela prefeitura para investigar a quantidade de doses distribuídas, quem as recebeu e de quem partiu a ordem para vacinar vereadores e parentes.
Na segunda-feira, 25, começou a vacinação em todo o Estado para crianças, pacientes renais e grávidas. No município do Rio, onde já houve três mortes, a meta é vacinar 150 mil pessoas nesses primeiros dias e 1,2 milhão até o fim da campanha.
"Se conseguirmos vacinar todo o grupo prioritário, conseguiremos evitar 1.500 internações", disse o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
Pela manhã, houve filas em muitos postos de saúde. Alguns esperaram desde as 6 horas, apesar de os postos só abrirem às 8 horas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.