Andrea Matarazzo: vereador deixou aberta a possibilidade de se filiar ao PSD, partido que é comandado pelo seu amigo e aliado Gilberto Kassab (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 18 de março de 2016 às 15h33.
São Paulo - O vereador Andrea Matarazzo anunciou na manhã desta sexta-feira, 18,sua desfiliação do PSDB, partido do qual era filiado desde 1993.
O agora ex-tucano disputava as prévias da legenda que definirá o nome do candidato da sigla na disputa pela prefeitura de São Paulo.
A decisão foi tomada depois que o Diretório Estadual do PSDB reverteu, na quinta-feira, 17, o adiamento do segundo turno das prévias. A votação acontecerá neste domingo e terá apenas um candidato, o empresário João Doria Jr.
O vereador deixou aberta a possibilidade de se filiar ao PSD, partido que é comandado pelo seu amigo e aliado Gilberto Kassab, ministro das Cidades.
"Não me resta outra alternativa senão me desfiliar do PSDB. Essa foi uma decisão solitária minha" disse Matarazzo, em entrevista a jornalistas, nesta sexta-feira, 18, na Câmara Municipal.
Quando indagado sobre a possibilidade de migrar para o PSD, partido que sinalizou apoio a uma eventual candidatura sua, Matarazzo foi evasivo.
"Cada dia a sua agonia." Na entrevista, Matarazzo acusou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) de ter utilizado a máquina pública para promover a pré-candidatura de João Doria.
Segundo Matarazzo, o uso da máquina ocorreu por meio da pressão política exercida pelos secretários da administração estadual. "Não tem porque eu legitimar uma fraude."
Matarazzo também fez duras críticas a João Doria. "O outro candidato trata nossa militância como senhor feudal. Ele é uma piada pronta." Nas últimas eleições municipais, Matarazzo recebeu 137 mil votos e foi o vereador mais votado do PSDB em todo o País.
"A ala liderada pelo governador Geraldo Alckmin não me deixou outra alternativa." O parlamentar, que era líder do PSDB na Câmara, questionou o futuro político de Alckmin. "O governador vai ficar no partido depois dessa cizânia? Não sei."
A desfiliação de Matarazzo ocorreu por meio de uma carta protocolada no partido e endereçada ao presidente do Diretório Municipal, vereador Mario Covas Neto.
E em um texto de três páginas, ele afirma que o processo de prévias foi "completamente contaminado pelo arranjo do pré-candidato João Doria".
Ainda segundo a carta, houve "flagrante uso da máquina estatal" para auxiliar o empresário. "Mais grave, antecipando a campanha presidencial de 2018, com o cabo eleitoral passando ao largo dos interesses locais."
Em outro trecho, o vereador afirma que "estão todos em risco". O texto se encerra com exaltação à história do PSDB.
"O PSDB ainda é um partido formado por uma parcela de pessoas dignas, militantes dedicados e batalhadores, mas que foram atropelados por essa forma arcaica, atrasada de se fazer política."